São Paulo, quarta-feira, 6 de dezembro de 1995
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Banco Central liquida três bancos no Rio

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central decretou ontem a liquidação de três pequenos bancos com problemas de liquidez desde o início do ano.
Os bancos que fecharam suas portas são o BFC Banco S/A, o GNPP e o Investcorp S/A, todos com sede no Rio de Janeiro.
As distribuidoras e corretoras de valores mobiliários dos três bancos também foram liquidadas pelo Banco Central.
Os motivos das liquidações são operações irregulares, empréstimos mal feitos e que se tornaram de difícil recuperação e problemas para conseguir dinheiro no mercado financeiro para fechar o caixa dos bancos.
O BFC tem como acionista minoritário Francisco Gros -que foi presidente do Banco Central por duas vezes (nos governos Sarney e Collor)- e o ex-diretor da área bancária do BC Ricardo Fernandez Silva.
Francisco Gros não terá nenhum de seus bens bloqueados porque não foi administrador ou ex-administrador da entidade nos últimos 12 meses.
A holding Sapucaia era a controladora oficial do BFC, mas era administrada por três empresas pertencentes a cada sócio -Mica, Marfran (de Gros) e a Encon.
Os outros dois sócios ficaram com os bens indisponíveis -Silva e Luiz Otávio Carneiro.
A Marfran transferiu seu direito de voto, mais um motivo para que seus bens não fossem decretados indisponíveis.
O BFC estava tomando empréstimos de R$ 44 milhões junto a outros bancos. Seu patrimônio líquido negativo é de R$ 12,5 milhões.
Ou seja, a venda de todos os bens não cobrem as dívidas. Os créditos de difícil recuperação são de R$ 25 milhões para uma carteira de empréstimos de R$ 34 milhões.
Redesconto
O GNPP estava pegando R$ 19,1 milhões no redesconto (linha de socorro do BC a bancos em dificuldade) desde setembro -seus créditos de difícil recuperação são de R$ 14 milhões.
O GNPP operava com financiamentos para associações, principalmente do setor de transportes coletivos.
Somente para este setor o GNPP emprestou R$ 8,6 milhões. O banco tinha três agências.
O Investcorp S.A tem um rombo de R$ 7,4 milhões, que estava sendo coberto diariamente pela linha do redesconto do BC.
A carteira de empréstimos era de R$ 8,6 milhões dos quais R$ 7 milhões são de difícil recuperação. O Investcorp tinha penas uma agência.

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