São Paulo, quarta-feira, 6 de dezembro de 1995
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Torcida, em festa, força fim de treino no Santos

MARCUS FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O clima de euforia na Vila Belmiro acabou provocando ontem de manhã a interrupção do treino do Santos, com uma invasão do gramado pela torcida.
A equipe enfrenta amanhã o Fluminense no Maracanã, no Rio, na primeira partida pelas semifinais do Campeonato Brasileiro.
Nem a costumeira sisudez do técnico Cabralzinho fez com que os jogadores cumprissem totalmente o treino físico.
Robert, Ronaldo e Marcos Adriano subiram em uma motoniveladora, usada por um funcionário do clube que cuidava do gramado, e passearam pelo campo durante vários minutos.
"Rolo compressor é isso. Amassamos até a grama", disse Robert, enquanto pilotava a máquina usada para nivelar o gramado do estádio Urbano Caldeira.
Foi uma alusão à tática aplicada pelo Santos nas últimas partidas, apelidada informalmente pelo time de "rolo compressor".
Momentos depois, dezenas de adolescentes que acompanhavam as brincadeiras invadiram o gramado atrás de autógrafos, acabando definitivamente com o treino.
À tarde, os jogadores retornaram ao campo. Cabralzinho determinou que o treino da tarde fosse realizado com os portões fechados.
Para o técnico, a decisão de Giovanni de pintar o cabelo de vermelho (veja foto ao lado) "é um modismo característico dos jovens". Ele disse que não foi consultado sobre a mudança no visual do jogador.
"Sou apenas o treinador. Não sou o pai de nenhum deles. Vejo com bons olhos essa iniciativa do Giovanni. Eu já sou ruivo. Se ele quer ficar parecido comigo, é um bom sinal", disse Cabralzinho.
Para hoje, outros jogadores prometem repetir a iniciativa de Giovanni. "Também vou colorir o cabelo, mas a cor será surpresa", disse o volante Pintado.
"É uma maneira de demonstrar a nossa alegria e união. Ninguém está querendo aparecer. Não existe nisso o espírito do 'já ganhou' ou coisa parecida. É só uma brincadeira", acrescentou.
O meia Robert foi outro que também aderiu à mudança de visual: na parte de trás da cabeça, fez uma reprodução do distintivo do Santos.
Mais cauteloso, o zagueiro Ronaldo prefere aguardar uma possível chegada às finais para mudar o visual.
"Se o Santos conquistar o direito de disputar a final, posso aparecer com o cabelo raspado. Antes disso, prefiro me divertir olhando o Giovanni. Ele parece um palito de fósforo", afirmou Ronaldo.
Os jogadores Carlinhos e Gallo confirmaram que também pretendem aderir à iniciativa de Giovanni, colorindo ou até raspando os cabelos em caso de classificação.
Marcos Adriano não concordou com a mudança. "Comigo não existe esse negócio de pintar cabelo. O meu não muda. O Giovanni é feio, ele precisa disso. Eu estou bem com os meus lindos cabelos cacheados", afirmou.

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