São Paulo, quarta-feira, 6 de dezembro de 1995
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Otan aprova força para Bósnia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Erramos: 07/12/95
As legendas sobre o controle territorial da Bósnia em mapa publicado à pág. 2-10 ( Mundo) de ontem estavam invertidas. As áreas em branco correspondem a domínio muçulmano-croata, e as em cinza, a domínio sérvio.
Os ministros das Relações Exteriores e da Defesa dos 16 países-membros da Otan (a aliança militar ocidental) aprovaram ontem o envio de 60 mil soldados para a Bósnia.
O encontro dos 32 ministros em Bruxelas, que não tem precedentes desde 1979, decidiu lançar a primeira operação terrestre da Otan fora do território de seus países.
A decisão é provisória e só será confirmada após assinatura formal do acordo, no dia 14 de dezembro em Paris, e da aprovação pelo Conselho de Segurança da ONU.
Segundo as Nações Unidas, a entrega do comando à Otan deve ocorrer no dia 18 de dezembro.
O plano aprovado inclui a ação de tropas não-alinhadas (entre elas a Rússia) na força de paz. A operação será "imparcial e limitada em duração e alcance".
Essas tropas vão garantir os limites entre os territórios controlados pelos sérvios e aqueles controlados pela federação muçulmano-croata por um ano.
Cerca de 20 militares americanos da Otan especialistas em telecomunicações chegaram ontem a Tuzla para preparar a infra-estrutura na cidade.
Em Sarajevo, várias dezenas de soldados dos EUA, do Reino Unido e da França chegaram para preparar o centro de comunicações e logística da capital bósnia.
Esses soldados se unem aos cerca de 80 que chegaram anteontem e fazem parte dos primeiros 2.600 soldados a chegar à Bósnia. O objetivo deles é preparar a infra-estrutura para os que chegam depois.
Segundo Richard Holbrooke, principal negociador dos EUA na Bósnia, os soldados do país vão poder prender acusados por crimes de guerra, entre eles os líderes dos sérvios da Bósnia, Radovan Karadzic e Ratko Mladic.
Karadzic será destituído antes da assinatura do acordo ou logo depois de ela acontecer, segundo a agência de notícias independente sérvia "Beta". O acordo proíbe que acusados por crimes tenham cargos no novo Estado da Bósnia.
O Alto Comissariado da ONU para Refugiados anunciou ontem que vai abrir um escritório na região de Sarajevo controlada pelos sérvios. Com a entrega da cidade à federação muçulmano-croata, acredita-se que parte dos mais de 100 mil sérvios da cidade fujam.

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