São Paulo, quarta-feira, 6 de dezembro de 1995
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França decide participar de comitê militar

VINICIUS TORRES FREIRE
DE PARIS

A França admitiu ontem que o comando das suas Forças Armadas participem das reuniões do comitê militar da Otan.
Os franceses fazem parte apenas da aliança política representada pela Otan. Em 1966, eles se retiraram do sistema de defesa integrada da organização, o que submeteria suas tropas ao comando militar unificado da aliança.
A decisão foi anunciada ontem na reunião dos ministros das Relações Exteriores e da Defesa dos países-membros da organização, em Bruxelas (Bélgica).
Desde sua ruptura militar com a Otan, fundada em 1949, os franceses só haviam participado de uma ação militar conjunta, em agosto e setembro, na crise da Bósnia.
Também ontem, em Bruxelas, o ministro espanhol das Relações Exteriores, Javier Solana, 53, foi oficialmente nomeado secretário-geral da Otan.
Solana, eleito por unanimidade, assume no próximo dia 18. Ele substitui Willy Claes, que renunciou ao cargo por causa da investigação de corrupção na qual está envolvido na Bélgica.
O espanhol vai coordenar o envio dos 60 mil soldados da organização que vão garantir a implantação do acordo de paz na Bósnia -o acordo de Dayton, patrocinado pelos EUA.
A primeira das crises que o novo secretário-geral da Otan deve enfrentar é a revolta dos habitantes sérvios de Sarajevo, cidade que vai passar para controle da federação muçulmano-croata.
Por causa dos bairros sérvios, uma crise estourou no alto comando militar da representação francesa nas forças da ONU na Bósnia.
No último fim-de-semana, o general Jean-René Bachelet, comandante francês da ONU em Sarajevo, disse que os acordos de Dayton podem provocar um levante no setor sérvio da capital bósnia.
O general Bachelet foi chamado a Paris pelo ministro da Defesa Charles Millon e deve perder seu posto.
(VTF)

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