São Paulo, quinta-feira, 7 de dezembro de 1995
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FHC elogia atuação de Ruth

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso voltou a defender ontem o Programa Comunidade Solidária exaltando o papel da mulher, Ruth, presidente do conselho diretor, na condução do plano assistencial do governo.
Em meio às críticas de entidades ligadas à assistência social, FHC disse que "não há como esperar resultados espetaculares do dia para a noite".
Na sua avaliação, os efeitos dos programas na área social serão melhor percebidos no próximo ano, quando estiverem consolidados. "Não há milagre em nenhuma área. Há trabalho."
O presidente recorreu ao pensador florentino Nicolau Maquiavel ao falar sobre as reformas pretendidas por seu governo.
"Quem introduz reformas perde alianças antigas e não não ganha a confiança dos novos aliados", afirmou FHC.
Segundo ele, desde sua posse "sabia que iria colocar a mão em vespeiro". Sobre as críticas da Conferência Nacional de Assistência Social, que pediu o fim do Comunidade Solidária, FHC deixou clara sua despreocupação.
"Algumas abelhas picam. Mas quando picam muito, criamos anticorpos. O governo também os cria e não se preocupa muito com certas reclamações e certas críticas", afirmou.
Ainda sobre o processo de reformas, FHC disse que ele não deve ser entendido como um ato industrial. "É claro que, do ponto de vista do espetáculo, é muito melhor para o presidente que aperte um botão, como eu apertei outro dia lá em São Paulo, e funcionou a rotativa da Folha."
O presidente se referia à sua participação na inauguração do Centro Tecnológico Gráfico-Folha, na segunda-feira. Na ocasião, apertou um botão e acionou as rotativas do jornal para rodar uma edição comemorativa.
"Eu até disse para os proprietários (da Folha): Ah, se vocês me emprestassem essa máquina para eu governar o Brasil. Eu aperto um botão aqui e sai lá", disse, em tom de brincadeira.
Os elogios a Ruth não foram poupados. À frente do Comunidade Solidária desde a sua criação, ela e Anna Peliano (secretária-executiva), na opinião do presidente, "estão fazendo um trabalho extraordinário".
"Ruth conseguiu mostrar ao Brasil que, numa nova atitude, se pode obter resultados positivos nos quais a população acredita. Não ficou utilizando verbas da LBA (extinta Legião Brasileira de Assistência) por ser a primeira-dama", disse. Segundo ele, a primeira-dama "nunca aceitou funções ornamentais".

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