São Paulo, sexta-feira, 8 de dezembro de 1995 |
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Procuradores acirram crise no Ministério Público
ABNOR GONDIM
Entraram em confronto aberto os procuradores que preferiam a atuação mais incisiva do ex-procurador-geral Aristides Junqueira e os que defendem a cautela de Brindeiro, primo do vice-presidente da República, Marco Maciel. Indiferentes às colocações de Brindeiro sobre a impossibilidade de se abrir inquéritos no caso do escândalo Sivam, nove procuradores da República no Distrito Federal, decidiram agir em grupo. O pedido de abertura de inquérito policial para apurar a acusação contra Júlio César Gomes dos Santos é assinada por quatro procuradores que atuam na área criminal -Elizeta Ramos, Alexandre de Assis, Antonio Bigonha e Odim Ferreira. Nos inquéritos que apuram improbidade administrativa e violação de sigilo telefônico, as petições foram assinadas por cinco procuradores -Antonio Bigonha, Humberto Medeiros, José Moraes, Oswaldo Silva e Wellington Saraiva. Esse último grupo é ligado ao procurador federal dos Direitos do Cidadão, Álvaro Ribeiro Costa, o único dirigente que tem origem na administração de Junqueira. Desde que assumiu, Brindeiro já entrou em choque com Costa pelo menos duas vezes. Em uma delas, o procurador-geral disse que não cabia ao órgão entrar na questão de conflitos agrários. Costa continuou a monitorar as investigações do governo de Rondônia sobre a chacina de dez sem-terra, promovida por PMs, na fazenda Santa Elina, em Corumbiara. Para Costa, uma das atribuições do Ministério Público é exatamente acompanhar a política de reforma agrária. Brindeiro não deverá manter Costa no cargo, cujo mandato na Procuradoria dos Direitos do Cidadão termina no primeiro semestre de 96. Texto Anterior: Procuradores se rebelam e pedem inquéritos Próximo Texto: FHC promete que vai acatar a decisão do Senado sobre contrato Índice |
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