São Paulo, sexta-feira, 8 de dezembro de 1995
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Governo se endivida duas vezes mais em 95

VIVALDO DE SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A evolução do endividamento do governo federal (dívida interna mobiliária e bancária, desconsiderando a dívida externa) entre janeiro e setembro deste ano, comparada percentualmente com o resultado de 1994, foi quase o dobro do crescimento dessas mesmas dívidas nos Estados e municípios.
Apesar dos valores absolutos maiores, o endividamento dos Estados e municípios aumentou menos no período em termos percentuais.
A dívida passou de R$ 49,285 bilhões em 1994 (9,2% do PIB) para R$ 65,693 bilhões em setembro de 1995 (10,13% do PIB) -aumento de 33,29%.
Comparado com o saldo de junho último, o crescimento do endividamento federal foi de 59,14% até setembro.
Os dados do BC mostram que as contas dos Estados e municípios apresentaram déficit (despesas maiores do que receitas) em todos os meses entre janeiro e setembro deste ano, totalizando rombo de R$ 12,8 bilhões.
Neste caso, a situação do governo federal é um pouco melhor, pois foram registrados superávits em cinco meses.
O déficit nas contas do governo federal aconteceu neste ano, pela primeira vez, em fevereiro. Voltou em julho, persistindo em agosto e setembro.
Nos primeiros nove meses do ano o déficit federal calculado pelo BC acumula R$ 3,7 bilhões. O rombo das contas federais mais que dobrou de agosto para setembro, segundo o BC.
A situação das empresas estatais, cuja administração é responsabilidade da União, também é deficitária até setembro. Elas gastaram R$ 4,378 bilhões acima das suas receitas e só conseguiram superávit em janeiro.
O Tesouro Nacional também registrou déficit em outubro (de R$ 1,3 bilhão), mas utiliza alguns critérios diferentes dos do Banco Central.

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