São Paulo, sábado, 9 de dezembro de 1995
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Reformas de FHC mantêm desigualdades

LE MONDE DIPLOMATIQUE
De Paris

DO "LE MONDE DIPLOMATIQUE"

"Le Monde Diplomatique" -jornal mensal editado na França com circulação de aproximadamente 170 mil exemplares- dedicou duas páginas da edição de dezembro a "grande quantidade reformas no Brasil", que não provocaram senão a "manutenção da desigualdade" e a "consolidação da direita conservadora do país".
"O presidente do Brasil que mais esperanças de justiça social tinha despertado, decepcionou rapidamente", avaliou o jornal. O "Diplomatique afirma ainda que Fernando Henrique Cardoso "assumiu uma atitude idêntica a dos governos anteriores".
"O Brasil com as reformas econômicas neoliberais parece haver saído de uma década de paralisia governamental, mas nada ou quase nada foi feito para reforçar a coesão social do país, que continua sendo um dos mais desiguais do mundo", analisou a publicação francesa.
Acrescenta que a opção pela globalização econômica tem freado o desenvolvimento e que FHC tem feito tudo para defender "o sacrossanto princípio da estabilidade monetária".
"O real é estável, mas a dívida interna aumentou 60%, o desemprego cresce e os gastos sociais são reduzidos severamente", acrescenta.
Política
No nível político persistem no Brasil, assinala "Le Monde Diplomatique", as mesmas práticas "oportunistas " e "clientelísticas" de antes, que se traduzem em uma ausência de disciplina dos partidos e deixa o campo livre para os interesses de grupos.
O jornal classifica o PFL como "aberto a todas as manobras politiqueiras". Afirma que no PFL e no PSDB há quem tenha se juntado ao capital estrangeiro para aproveitar a onda de privatizações.

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