São Paulo, sábado, 9 de dezembro de 1995
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Bancos estaduais operam mais AROs

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os bancos estaduais aumentaram em 129,08% os seus empréstimos para Estados e municípios em novembro tendo como garantia as receitas orçamentárias.
As AROs (Antecipação de Receitas Orçamentárias) concedidas pelos bancos estaduais pularam de R$ 63,1 milhões em outubro para R$ 144,5 milhões no mês passado.
O aumento de financiamentos foi causado pelo necessidade de recursos para pagamento de 13º salário do funcionalismo público, férias e vencimento de dívidas, segundo o chefe do Departamento da Dívida Pública do Banco Central, Jairo da Cruz Ferreira.
Os bancos privados, que tinham reduzido os empréstimos em ARO em outubro, voltaram a operar com Estados e municípios em novembro. O volume de recursos emprestados aumentou de R$ 86,005 milhões para R$ 138,2 milhões de um mês para o outro.
O total de AROs autorizadas de janeiro a novembro deste ano é R$ 3,769 bilhões. Comparado com outubro, o crescimento da dívida foi de 19,88%.
Essa dívida poderá ser transformado em dívida fundada, conforme o programa de ajuste fiscal.
O saldo das AROs em novembro também é o limite para tais empréstimos pelos bancos. Isto é, os bancos não poderão aumentar o volume de financiamentos através de ARO. O limite foi aprovado na última reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional), no final do mês passado.
As operações de ARO são empréstimos emergenciais de curto prazo que não podem ultrapassar 12 meses para pagamento. Os Estados que transformarem ARO em divida fundada não poderão fazer novas antecipações de receita orçamentária.
Os juros das AROs em novembro ficaram, na média, em 4,95%, com taxa mínima de 2,7% e máxima de 9,7% ao mês, abaixo das praticadas pelo mercado. Em outubro, a taxa média foi de 6,5%, conforme dados do Ministério da Fazenda.
No período de janeiro a novembro de 1995, o valor de consultas para contratação de AROs foi de R$ 3,769 bilhões, com um acréscimo de 155% sobre o valor apurado no mesmo período do ano passado.
Os Estados continuam sendo os maiores tomadores destes recursos com participação no total de 60% -R$ 2,3 bilhões-, os municípios estão em seúndo lugar com 33% dos empréstimos -R$ 1,2 bilhão-, e as capitais dos Estados com 7% do total -R$ 277 milhões.

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