São Paulo, sábado, 9 de dezembro de 1995
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Santíssima trindade

JUCA KFOURI

Três gols de diferença num jogo só. Eis o tamanho do milagre que o Santos precisa fazer. Todos os santos. Dá?

Dá, que o diga a histórica goleada do Palmeiras sobre o Grêmio. Dá?

Dá, tanto que o Santos enfiou 3 a 0 no Flamengo, no Maracanã, e outro resultado igual no Corinthians. Para não falar nos 4 a 1 no Cruzeiro. Dá?

Dá, mas uma coisa é ganhar de três sem precisar e outra é sair perdendo por três gols de diferença. Dá?

Dá, embora as ausências de Robert, de Jamelli e de Vágner, principalmente, tornam a tarefa quase impossível. Dá?

Dá, apesar de a defesa do Fluminense ser a mais eficiente do Campeonato Brasileiro. Menos mal, para os santistas, que Sorlei, o melhor dos zagueiros, também não jogará. Dá?

Dá. Só que a final carioca pinta inevitável. Aliás, a missão do Cruzeiro diante do Botafogo, no Rio, é muito menos difícil que a do Santos no Pacaembu. Até porque ao Botafogo de Túlio, implacável, ainda falta provar ser um time de decisão. Diferentemente do Fluminense de Renato, infernal.

Gilmar, Djalma Santos, Aldair, Márcio Santos e Nilton Santos; Fausto, a Maravilha Negra, e Lima, o Coringa; Garrincha, Dario, o Rei Dadá, Washington, aquele do Casal 20 com Assis, e Juari. O que esse timaço tem em comum. Os 11 têm Santos no sobrenome. Na reserva, craques como Wladimir, ex-Corinthians, Cristovão, ex-Fluminense, Arthurzinho, Edmar, Edu, ex-Palmeiras.

O Santos precisará de uma congregação dessa santidade para chegar lá. De quebra, precisará das bençãos de Pelé, que não tem Santos no nome porque é o próprio nome do Santos.

E o Edinho, hein? Não fosse ele e o Santos precisaria de mais três gols.

Temos o pai e o filho. Só falta o espírito santo. Dá?

Se der, o Vale do Pacaembu será batizado como o Vale dos Milagres.

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