São Paulo, sábado, 9 de dezembro de 1995
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Treinador apela a passado pobre

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

O técnico Joel Santana também apelou às dificuldades financeiras de alguns jogadores durante conversa no intervalo, quando o Fluminense perdia por 1 a 0. No segundo tempo, o time fez quatro gols.
"Joel pediu para cada um lembrar da pobreza na infância e de como as nossas famílias dependem de nós para viver. Não poderíamos nos entregar. Ele nos emocionou", disse o meia defensivo Otacílio.
Aos 22 anos, o jogador está construindo um segundo andar sobre a pequena casa dos pais, em Campo Grande (bairro do subúrbio do Rio). Otacílio vai morar lá com a noiva, que está grávida.
Ao falar do passado pobre de quase todos os jogadores, Joel Santana falou também sobre o seu.
Aos 13 anos, ele vendia legumes na feira do subúrbio carioca de Ramos para ajudar a manter a família.
Joel apelou à emoção da equipe. "Não pode ganhar nada no futebol quem é covarde e apático", disse.
Depois do jogo, ele afirmou que o Santos jogou de salto alto (sem motivação, com deslumbramento). "Futebol não se ganha assim", afirmou.
O atacante Renato Gaúcho brincou: "Agora tirei meu cavalo árabe da cocheira para a reta final. No segundo turno do campeonato ele estava descansando, tomando água gelada, mas agora ninguém segura".
Decisivo na goleada, Renato se disse líder da equipe. "Um líder não se faz, ele já nasce com esse dom." Ele prevê grande dificuldade para o Santos amanhã.
"Eles vão jogar contra o Fluminense e contra o desespero. Vamos tirar vantagem. Acima de tudo, quero ver nosso time jogando com prazer."
(MM)

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