São Paulo, domingo, 10 de dezembro de 1995 |
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Para empresários, fusões são caminho de expansão
ANTONIO CARLOS SEIDL
Paulo Cunha, presidente do grupo Ultra, do setor químico e petroquímico, diz que na base desse processo está a busca da competitividade internacional por meio de maior escala de produção. "Essa tendência é, sem dúvida nenhuma, uma resposta à globalização econômica, que deve aumentar muito no setor produtivo". O grupo Ultra, com um faturamento anual declarado de US$ 700 milhões, é um dos adeptos de alianças estratégicas para expandir a produtividade. Este ano, uma de suas empresas, a Oxiteno, incorporou a Ultraquímica. Luiz Fernando Furlan, presidente do conselho de administração do grupo Sadia -que fatura US$ 1,7 bilhão por ano-, diz que o processo de aquisições e incorporações de empresas é uma tendência "normal" na transformação de uma economia fechada e protegida como era a brasileira nos últimos 30 anos em uma economia de mercado. "Na economia de mercado, a sobrevivência de muitas empresas fica comprometida. Por isso é preciso buscar maior competitividade através de economia de escala, maximizando a produção", afirma Furlan. Para o empresário da Sadia, a abertura e a estabilização da economia brasileira deixaram mais "visível" a questão da globalização de mercados e da exposição à competição. Setores Furlan prevê que os setores de autopeças e de fundição serão os mais ativos no processo de fusões, aquisições e associações durante o ano que vem. Segundo ele, o setor de alimentos também passará pelo processo porque os preços desde a introdução do real estão abaixo da inflação -o que está comprometendo a rentabilidade de algumas empresas, de acordo com ele. O grupo Sadia, diz, não tem nenhuma aquisição em vista. "Mas, tendo em vista o nosso bom índice de liquidez, se aparecer alguma oportunidade nós poderemos estudá-la". Ian de Porto Alegre Muniz, sócio-diretor da empresa de consultoria Arthur Andersen, diz que, com a estabilização da inflação no país, as empresas passaram a ter que atuar diferentemente, dando menos ênfase à administração financeira e mais à produtividade. "Há, agora, necessidade de associações empresariais para ganhos de escala porque com a redução da inflação as empresas encaram a verdade nua e crua de terem mesmo que ser produtivas", diz. Uma das consequências disso é o atual burburinho no mercado, com as empresas conversando, namorando e planejando alianças estratégicas, segundo Muniz. Texto Anterior: Setor de metais atrai fundos Próximo Texto: Processo tem adversários teóricos nos EUA Índice |
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