São Paulo, domingo, 10 de dezembro de 1995 |
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Nova arma contra rugas faz músculo "relaxar"
JAIRO BOUER
A toxina é "fabricada" por bactérias do tipo Clostridium botulinum e é purificada em laboratório. Ao ser aplicada em um local determinado, a toxina inibe a contração muscular (veja quadro abaixo). O cirurgião plástico Paulo Keiki Matsudo explica que um dos fatores que determinam o aparecimento das rugas é justamente a contração excessiva dos músculos que controlam a mímica facial. A contração marca a pele. As regiões da testa, ao redor dos olhos e entre as sobrancelhas são as mais afetadas. Segundo Matsudo, a toxina injetada nessas áreas promove um relaxamento muscular. Como consequência, a pele do rosto sofre menor tensão e as linhas das rugas desaparecem. A aplicação da toxina botulínica para tratar as rugas foi um dos temas apresentados no Congresso Internacional de Medicina Estética, que aconteceu em outubro, em Nova York (EUA). O efeito da medicação começa a ser percebido dois ou três dias após a aplicação. Em uma semana, o efeito máximo já foi atingido. A maior limitação do método é exatamente a duração desse efeito. A toxina consegue bloquear a contração muscular por um período de quatro a seis meses. Depois disso, novas aplicações devem ser feitas para evitar que as rugas retornem. As doses de toxina utilizadas são muito pequenas e não trazem risco para a saúde. Não é comum a presença de efeitos colaterais. A aplicação é simples. Internação e período de recuperação não são necessários. A substância é injetada com a ajuda de uma seringa, em dez minutos. A pessoa retorna imediatamente para casa e não fica com qualquer cicatriz. Pela simplicidade e pela ausência de complicações, o método também pode ser usado por pacientes que têm outros problemas de saúde e não podem se submeter a uma plástica convencional. Matsudo diz que a toxina não é recomendada para mulheres grávidas e pessoas que estão usando antibióticos. Em pessoas que têm rugas muito acentuadas, o efeito da toxina pode não ser satisfatório. A toxina botulínica vinha sendo usada havia vários anos para o tratamento de problemas oftalmológicos, neurológicos e ortopédicos. O princípio é o mesmo. A toxina promove relaxamento temporário de grupos musculares e permite, por exemplo, a recuperação de pacientes que tiveram derrames e estão com braços e pernas espásticos (rígidos). Blefaroespasmo (contração involuntária dos músculos das pálpebras que levam a pessoa a piscar excessivamente) e distonias (contrações involuntárias de grandes grupos musculares) são outras situações em que o uso da toxina é bastante útil. Texto Anterior: Experimente sorvete de salmão Próximo Texto: Relações públicas se submete a aplicações a cada 3 meses Índice |
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