São Paulo, domingo, 10 de dezembro de 1995
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Mercado popular se consolida em 95

FÁTIMA FERNANDES; MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem fabrica e vende produto popular mais uma vez está fazendo a festa neste Natal.
Em 95, esse segmento de mercado, além de ter se consolidado, vem crescendo a cada dia.
Isso contraria os prognósticos pessimistas da indústria e do comércio em geral, que prevêem queda de vendas de até 12% em dezembro sobre o mesmo período do ano passado.
"Vamos faturar no Natal 10% mais do que no ano passado", diz Leandro Cruz de Paula, gerente de marketing do Shopping D, que reúne 320 lojas de desconto na zona norte de São Paulo.
Até julho, por exemplo, 37% dos clientes do Shopping D eram de camadas com renda mais baixa (C,D e E). "Hoje eles representam 46% do nosso público", diz.
Já os shoppings tradicionais, que não conseguem atingir as camadas populares, não estão contando com um aumento nos negócios neste final de ano.
"A perspectiva é repetir o desempenho de 94", diz Raul de Souza Sulzbacher, diretor do departamento de shoppings da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FCESP).
O prognóstico era mais pessimista antes das medidas de afrouxamento do crédito baixadas na semana passada. Antes, diz Sulzbacher, a perspectiva era ter um Natal entre 5% e 10% menor.
A Elka, fabricante de brinquedos de plástico, por exemplo, informa que as vendas de artigos que custam entre R$ 4 e R$ 5 estão 20% maiores.
Por isso, a empresa aumentou a produção dessa linha de 4 milhões de peças para 4,8 milhões de peças este ano. Para 96, o crescimento deve ser de mais 15%.
Charles Kapaz, diretor, diz que os produtos mais caros (de R$ 8 a R$ 12) já registram queda de 15%.
A Nadir Figueiredo, que tem 70% da produção de copos, pratos e xícaras de vidro para as consumidores de baixa renda, planeja lançar seis produtos em 96.
José Eduardo Vidigal Pontes, vice-presidente, diz que, desde julho de 94, registrou um crescimento de 25% nas vendas da linha de aparelhos de jantar populares, que custam entre R$ 3 e R$ 20.
Atualmente, a empresa ocupa 100% da capacidade instalada das suas quatro fábricas.
Também a Layff Kosmetic, que fabrica xampus, cremes para cabelo e desodorantes, trabalha hoje no limite da capacidade. É que 95% dos produtos que fabrica se destinam às camadas de menor renda.

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sobre produtos populares em pág. 2-5

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