São Paulo, domingo, 10 de dezembro de 1995
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Estudo prevê crescimento do PIB na Argentina

DENISE CHRISPIM MARIN
DE BUENOS AIRES

Os economistas argentinos Miguel Angel Broda e Ricardo Lopez Murhy apresentaram na última semana uma projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do país, de 2,5% a 3,0% em 1996. Broda cravou a variação em 1,8%
A estimativa dos argentinos se aproxima das realizadas por bancos de investimentos internacionais, como o Smith Barney, que prevê variação de 2,5%. Mas é bem mais otimista que o 0% calculado pelo Morgan Stanley.
A projeção específica de Broda depende do comportamento de três itens internos, que se converteram em principais problemas do país durante este ano -o desequilíbrio fiscal, a obtenção de financiamento e a crise do sistema financeiro.
O país também recorreu bem mais do que era previsto ao financiamento externo, acumulando um total de US$ 7,9 bilhões em empréstimos de organismos internacionais e emissões voluntárias de bônus da dívida.
"Não sabemos até quando esse desequilíbrio será considerado tolerável", afirmou Broda, ao lado de Murphy, durante uma palestra para cerca de cem executivos de grandes empresas.
O controle fiscal determinará também a variação da taxa de risco-país, um índice que assegura permanência, entrada ou fuga de investimentos estrangeiros.
A diminuição do risco-país, segundo Broda, também está relacionada com a implementação das reformas estruturais propostas pelo governo.
Igualmente, depende da evolução do nível de atividade -que mostrou leve melhora em novembro- e da resolução dos conflitos internos do governo.
"O cenário é de harmonia até novembro de 1997", afirmou Fraga. A data se refere ao prazo de definição dos candidatos à sucessão do presidente Carlos Menem. Um dos prováveis nomes é o de Cavallo.
Segundo Broda, torna-se necessária também a flexibilização de preços e salários, uma vez que atualmente não é possível repassar os aumentos de custos aos valores de venda dos produtos.
Sem esse mecanismo, adverte Broda, a desocupação tenderá a aumentar. E desta vez não será por força do incremento da população ativa -como justificou o governo a taxa de 18,6% de maio.
A competitividade da Argentina deve aumentar, segundo Broda, se for mantida a tendência de valorização da moeda brasileira frente ao peso (moeda argentina) e de aumento dos salários em dólares no Brasil em 1996.

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