São Paulo, domingo, 10 de dezembro de 1995
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Homens são raros e enfrentam preconceito

CARLA ARANHA SCHTRUK
DA REPORTAGEM LOCAL

Encontrar um "babysitter" homem no Brasil é como procurar uma agulha em um palheiro. Os poucos que exercem a profissão se consideram uma "ave rara" e dizem que enfrentam preconceito.
É o caso de Sérgio Pucci, 22, estudante do segundo ano de administração de empresas da Universidade Mackenzie (SP). Ele fez um curso de "babysitter" em 1993, na Colméia (SP), instituição voltada à educação. Na sequência, surgiram os primeiros trabalhos.
Seus colegas de universidade desconhecem sua atividade de "babysitter". "Sabe como é, na certa ia pintar gozação. De modo geral, não ligo para isso. Não sou mais homem ou menos homem porque troco fralda de criança."
Segundo ele, muitas pessoas estranham o fato de ele cuidar de crianças profissionalmente. "A sociedade ainda não aceita bem."
Fazendo bicos de "babysitter", Sérgio ganha o equivalente a 40% do seu salário -que não quis revelar- de monitor do Colégio Nossa Senhora das Graças (SP).
A vantagem de Sérgio é não ter de correr atrás de clientes. "Os pais que têm filhos matriculados na escola costumam me chamar." Ele também faz festas infantis.
Para Mauro Santos, 47, emplacar na profissão é difícil. No ano passado, também passou por um curso de "babysitter" na Colméia, mas nunca conseguiu trabalho.
"As mães não aceitam homens. Desisti de ser 'babysitter' devido à resistência que encontrei." Atualmente, Mauro exerce a função de escriturário na Nossa Caixa.
(CAS)

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