São Paulo, domingo, 10 de dezembro de 1995
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Caso de brasileiros deve ser julgado em 1996

RICARDO BONALUME NETO
ESPECIAL PARA A FOLHA

No primeiro semestre de 1996, o Tribunal de Justiça vai decidir se mantém ou se revê uma sentença inédita no país. O Tribunal já apontou um relator para o caso.
Trata-se da condenação, em primeira instância, de um pesquisador do Instituto Butantan a pagar uma indenização de R$ 100 mil a uma colega do Instituto Adolfo Lutz.
Carlos Augusto Pereira teria supostamente plagiado um trabalho científico de Yeda Lopes Nogueira, segundo diz a sentença.
Nogueira, ex-pesquisadora do Instituto Pasteur de São Paulo, diz ter descoberto o efeito citopático (a capacidade de matar células) do vírus da raiva em um tipo de linhagem celular usada em laboratório, as células McCoy.
Ela informou esse resultado em uma conferência em 1982 no Rio, no Instituto Oswaldo Cruz. Mas só em 1990 ela enviou os resultados a uma revista científica, a mesma para a qual Pereira e mais três colegas remeteram um artigo sobre o mesmo assunto. Só o de Pereira foi publicado.
A defesa de Nogueira alega que, ao não citar a pesquisadora como autora da descoberta, foi ferido o direito autoral. Para os advogados de Pereira, só se houvesse cópia do próprio trabalho haveria a violação, pois o direito autoral não protegeria a "idéia".
(RBN)

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