São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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Uma obra para ser vista

ANTONIO ERMÍRIO DE MORAES

A inauguração do Centro Tecnológico Gráfico-Folha foi um dos fatos mais marcantes no jornalismo deste ano. Muitos já destacaram o seu pioneirismo e o avanço das tecnologias ali implantadas.
Seria lugar-comum enaltecer uma iniciativa industrial que, quando completa, custará US$ 120 milhões.
Quero destacar um outro aspecto. Quero destacar a figura daquele que está por trás de tudo isso. Não pelo culto à sua cativante personalidade. Mas, sim, pela importância de seu exemplo.
Ouve-se com muita frequência neste país de tantas crises a vontade dos que desejam nos abandonar. Os que sonham com outras paragens. Os que investem mais lá fora do que aqui dentro. Os que pouco acreditam em nosso futuro.
Nesse rol há pessoas de todas as idades. A maioria muito jovem. Pessoas de 35 a 40 anos falando em sair do Brasil.
Ou buscando o lucro fácil do jogo especulativo que nada constrói e, na verdade, só destrói.
Pois bem. Por trás daquele corajoso investimento -que, na verdade, coloca a Folha como uma das empresas mais importantes da imprensa mundial- ali encontrei um homem bem vivido. Que passou pelas maiores dificuldades. Que as venceu lutando. E que continua acreditando no futuro deste país.
Por isso, mais importante do que o impacto da obra grandiosa, recebi o impacto do exemplo de Octavio Frias de Oliveira. Sua idade justificaria cultivar o passado. Mas ele jamais falou em parar; nunca pronunciou a palavra aposentar-se.
Ao contrário, continua firme, dando exemplo a todos nós. Trabalhando em direção ao amanhã. Arriscando o seu capital. Apostando no país.
E, nessa aposta, gera empregos. Produz riqueza. Recolhe impostos. Essa é a verdadeira maneira de trabalhar em favor do social.
Uma vez perguntaram a um papa quantos canhões ele possuía para materializar a sua vontade de entrar numa guerra. Hoje, é o caso de perguntar quantos empregos as pessoas criaram para continuar pregando o "social.
Exemplos como esses precisam ser enaltecidos. Seus líderes merecem ser destacados na enorme confiança que permeia as suas ações.
Se todos agissem assim, ah!... quanta riqueza podia ser criada neste país abençoado.
Infelizmente, são muitos os que jogam na contramão. Os que são dominados pela miopia do imediatismo. E pela ganância do curto prazo. Construir uma nação não é obra para afoitos. É tarefa de gerações.

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