São Paulo, terça-feira, 12 de dezembro de 1995
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Paraná descobre nova variedade de uva

JOSÉ ALBERTO GONÇALVES
ENVIADO ESPECIAL A PARANACITY

Uma nova variedade de uva, derivada da benitaka, começa a ser colhida esta semana em Paranacity e Floraí, no noroeste do Paraná.
A uva brasil, como foi batizada pelos produtores, tem sabor e tamanho semelhantes ao da variedade itália, mas sua cor é roxa.
A brasil foi descoberta há quatro anos no parreiral de Hideo Takakura, em Floraí.
"Trata-se de uma mutação genética, fenômeno comum nos parreirais", afirma o agrônomo José Odair Mazia, da Emater (Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural).
Em um galho de benitaka, apareceram uvas da nova variedade. O galho foi enxertado em outras plantas para a produção de mudas da brasil.
A benitaka, por exemplo, de cor vermelho-escura e sabor semelhante ao da itália, foi descoberta em 88 também no parreiral de Hydeo Takakura.
Outra variedade derivada da itália, a rubi (rosada), foi encontrada em Santa Mariana (PR), em 1972.
Nelson Hideo Iwasse, 36, um dos dois agricultores da região pioneiros na colheita da nova variedade, diz que a principal vantagem da brasil é que ela pega coloração forte também no verão.
Cor forte é uma característica apreciada pelo consumidor.
Já as variedades rubi e benitaka, também derivadas da itália, só costumam pegar coloração forte no frio.
A polpa da Brasil também é roxa, o que a diferencia de suas parentes, a rubi e a benitaka.
Iwasse e Takakura cultivam os únicos parreirais de brasil em produção a partir deste mês, somando 1 ha.
No final do próximo ano, mais 7 ha entrarão em produção nos parreirais de dez agricultores das cidades de Açaí, Nova Esperança, Marialva, Paranacity e Umuarama.
"Esperamos obter preços superiores aos da benitaka, cuja cotação média alcança R$ 1,50 o quilo", prevê Iwasse.
A família de Iwasse, descendente de japoneses, cultiva uvas desde 1969.
Além da uva, a família cria gado, planta algodão e produz outras frutas como a atemóia, derivada da pinha.
"Não podemos concentrar a produção em uma única cultura. Para ter sucesso, o produtor precisa diversificar", afirma. No parreiral de Nelson Hideo Iwasse, há 6 ha em produção, com 3.000 pés.

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