São Paulo, terça-feira, 12 de dezembro de 1995
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Investigações vão continuar, afirma ACM

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da supercomissão do Senado que investiga irregularidades no Sivam, Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), disse ontem que os senadores vão continuar apurando do caso até que conclua sobre a continuidade ou não do projeto militar. "Se ele merecer ser anulado, vai ser", afirmou.
ACM tem divergido do relator da supercomissão, Ramez Tebet (PMDB-MS), e do líder do governo no Senado, Elcio Alvares (PFL-ES). Ambos acham que o assunto Sivam já está esgotado e que o depoimento de hoje -do ministro da Aeronáutica, Lélio Viana Lôbo- deveria ser o último.
Para ACM, "o relator é apenas uma peça da supercomissão, que tem vários membros".
Para o presidente da supercomissão, outras pessoas poderão ser convocadas a depor, inclusive Francisco Graziano, ex-presidente do Incra (Instituto de Colonização e Reforma Agrária).
Graziano pediu demissão por ser acusado de ter encomendado o "grampo telefônico que derrubou o ex-assessor da Presidência Júlio César Gomes dos Santos.
Júlio César é suspeito de tráfico de influência, usando o cargo para beneficiar a empresa Raytheon, encarregada de instalar o Sivam.
ACM disse que Graziano poderá ser convocado para esclarecer sobre a escuta, se a supercomissão decidir voltar a este assunto, após analisar os aspectos técnicos.
Pasta rosa
O senador acusou o governo de vazar a notícia da existência de uma lista de políticos que receberam doações do Banco Econômico para suas campanhas em 90 para "tumultuar" as investigações da supercomissão.
"Estão querendo tumultuar o caso Sivam. Mas não adianta. O projeto vai ser investigado com toda a isenção, custe o que custar."
Dentro da ofensiva que iniciou na semana passada, quando chamou os diretores do Banco Central de "marginais", ACM disse que vai apresentar representação contra eles ao procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro.
Segundo o senador, a representação seria encaminhada ao Ministério Público ainda hoje. Afirmou que vai apresentar "fatos que não são bons, para que o procurador-geral investigue".
O presidente da supercomissão acusou a diretoria do BC de estar criando fatos para não solucionar o problema do Banco Econômico, que está sob intervenção federal.
"Quero que eles tratem de resolver o problema do Econômico e não fiquem criando outros problemas para evitar a solução do banco baiano", disse.
Ao ser perguntado se acreditava que o ex-presidente do Econômico Ângelo Calmon de Sá estaria envolvido no vazamento da pasta cor-de-rosa, ACM respondeu: "Prefiro não falar dele, porque nada aconteceu contra ele até agora no Banco Central. É incrível que nada tenha acontecido contra ele até agora."

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