São Paulo, terça-feira, 12 de dezembro de 1995
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Giovanni vê time 'loucão'

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

O meia-atacante Giovanni, 23, principal jogador do Santos, admite que pode mudar de clube em 96. "Não é o momento de falar sobre isto, mas eu não posso esquecer o lado financeiro."
Em entrevista à Folha, o ídolo da torcida santista traçou um perfil do time, comparando-o com Corinthians, São Paulo e Palmeiras. "O futebol do Santos é meio loucão, do jeito que as pessoas gostam. Os times de São Paulo jogam mais por resultados."

Folha - Depois da vitória contra o Fluminense, o Santos era só alegria. O Botafogo entra na final sem a euforia de vocês, trabalhando sem alarde.
Como você encara o momento dos dois finalistas?
Giovanni - Depois dos 5 a 2 contra o Fluminense, você não queria que a gente ficasse chorando, né?
Eu acho que a alegria e a festa que o Santos fez não atrapalham. Pelo contrário, ajudam a animar o futebol.
Folha - A alegria de jogar futebol é a lição que o Santos está querendo dar às outras equipes?
O São Paulo e o Palmeiras, com um futebol burocrático, e o Corinthians, com um futebol indisciplinado, fracassaram...
Giovanni - O futebol do Santos é meio loucão, do jeito que as pessoas gostam.
O Pacaembu delirou com o jogo de ontem (anteontem), porque o Santos partiu para o ataque, disputou todos os lances...
Os times de São Paulo jogam mais por resultados.
Folha - Na final, vocês têm a vantagem dos empates. Vale a pena partir para o ataque no Maracanã?
Giovanni - Vale. Se a gente for ficar fechadinho lá atrás, o Botafogo acaba marcando.
Quando eu digo que o Santos deve atacar, não é se esquecer da defesa. É simplesmente procurar jogar seu futebol. É jogar como nos 5 a 2 contra o Fluminense.
A imprensa toda falou que eu ganhei o jogo para o Santos, mas não é verdade. A vitória foi de todos, foi da garra do grupo. O time correu o jogo inteiro. E, se não fosse a torcida gritando, a gente não estaria na final.
Folha - Houve muitas especulações, que devem aumentar depois do campeonato, sobre sua saída do Santos. O que há de concreto? Você pensa em mudar de time em 96?
Giovanni - Quero ficar no Santos, ainda mais se a gente for para a Libertadores.
Quanto a propostas, que eu saiba, não há nada de concreto.
Folha - E se houver?
Giovanni - Eu não posso esquecer o lado financeiro. O ideal seria eu ficar e receber um aumento de salário (cerca de R$ 15 mil mensais). Tem muito jogador do Corinthians, do São Paulo, e de outros times que não chegaram que ganham pelo menos o dobro do que eu e não produzem metade...

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