São Paulo, terça-feira, 12 de dezembro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Giovanni vê time 'loucão'
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
Em entrevista à Folha, o ídolo da torcida santista traçou um perfil do time, comparando-o com Corinthians, São Paulo e Palmeiras. "O futebol do Santos é meio loucão, do jeito que as pessoas gostam. Os times de São Paulo jogam mais por resultados." Folha - Depois da vitória contra o Fluminense, o Santos era só alegria. O Botafogo entra na final sem a euforia de vocês, trabalhando sem alarde. Como você encara o momento dos dois finalistas? Giovanni - Depois dos 5 a 2 contra o Fluminense, você não queria que a gente ficasse chorando, né? Eu acho que a alegria e a festa que o Santos fez não atrapalham. Pelo contrário, ajudam a animar o futebol. Folha - A alegria de jogar futebol é a lição que o Santos está querendo dar às outras equipes? O São Paulo e o Palmeiras, com um futebol burocrático, e o Corinthians, com um futebol indisciplinado, fracassaram... Giovanni - O futebol do Santos é meio loucão, do jeito que as pessoas gostam. O Pacaembu delirou com o jogo de ontem (anteontem), porque o Santos partiu para o ataque, disputou todos os lances... Os times de São Paulo jogam mais por resultados. Folha - Na final, vocês têm a vantagem dos empates. Vale a pena partir para o ataque no Maracanã? Giovanni - Vale. Se a gente for ficar fechadinho lá atrás, o Botafogo acaba marcando. Quando eu digo que o Santos deve atacar, não é se esquecer da defesa. É simplesmente procurar jogar seu futebol. É jogar como nos 5 a 2 contra o Fluminense. A imprensa toda falou que eu ganhei o jogo para o Santos, mas não é verdade. A vitória foi de todos, foi da garra do grupo. O time correu o jogo inteiro. E, se não fosse a torcida gritando, a gente não estaria na final. Folha - Houve muitas especulações, que devem aumentar depois do campeonato, sobre sua saída do Santos. O que há de concreto? Você pensa em mudar de time em 96? Giovanni - Quero ficar no Santos, ainda mais se a gente for para a Libertadores. Quanto a propostas, que eu saiba, não há nada de concreto. Folha - E se houver? Giovanni - Eu não posso esquecer o lado financeiro. O ideal seria eu ficar e receber um aumento de salário (cerca de R$ 15 mil mensais). Tem muito jogador do Corinthians, do São Paulo, e de outros times que não chegaram que ganham pelo menos o dobro do que eu e não produzem metade... Texto Anterior: Santos teme 'influência' do Rio Próximo Texto: Time entra com escolta na Vila Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |