São Paulo, terça-feira, 12 de dezembro de 1995
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Artistas convidam artistas para exposição

EVA JOORY
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma nova proposta pretende ampliar a comunicação no mundo das artes. É a exposição "United Artists - Artistas Convidam Artistas", que será inaugurada hoje na Casa das Rosas.
A idéia é curiosa: os dez artistas plásticos se transformam em curadores, convidando cada um, três outros artistas para mostrar um trabalho ocupando assim as várias salas do local. O mesmo acontece com os vídeos, sob a organização de Lucas Bambozzi.
Os artistas-curadores são Antonio Peticov, Claudio Tozzi, Artur Lecher, Ivald granato, Guto Lacaz, Leda Catunda, Boi, Dudi Maia Rosa, Antonio Henrique Amaral e Marcelo Nitsche. Entre os convidados estão nomes como o de Ana Tavares, Tomie Ohtake, José Zaragosa e Ianelli.
O idealizador do projeto e atual diretor da Casa da Rosas, José Roberto Aguilar, diz que a exposição deve ser vista como uma celebração dos próprios artistas.
O critério de escolha dos artistas foi, segundo Aguilar, totalmente subjetivo: "Foram artistas que torceram para o sucesso da Casa das Rosas."
O artista plástico Antonio Peticov escolheu falar de duplicidade, do Yin e o Yang: "Dois homens e duas mulheres vão falar do bidimensional e do tridimensional".
Peticov avisa que quem for à exposição à procura de um novo trabalho, não vai encontrar nada: "Vou trabalhar sobre uma imagem, mas não quero falar para não matar a charada. É uma surpresa".
Claudio Tozzi vai homenagear artistas como Ianelli, Tomie Ohtake e Maurício Nogueira Lima: "Os trabalhos representam duas gerações, e ao mesmo tempo, têm uma coerência histórica." Para ele, a idéia tem um caráter lúdico: "Ninguém sabe o que vai ver".
O artista Artur Lescher foi o único a inverter as relações convidando três curadores: "Quis levantar a questão da importância de exposições com curadoria e sem".
Escolheu textos dos convidados e os modificou. Um deles, Nelson Brissac, quis que Lescher transformasse seu texto em algo ilegível.
Ana Tavares, escolhida por Leda Catunda, explica seu trabalho. Montado como instalação em Curitiba, transformou "Objeto Gravado" em fragmento. São serigrafias onde a imagem impressa é quase invisível. Uma luz projeta a imagem na parede. Ana acredita que a idéia "permite um confronto entre os trabalhos. Colocar os artistas na posição de curadores deu um caráter informal à exposição".

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