São Paulo, terça-feira, 12 de dezembro de 1995
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Grupo faz pop inteligente

MARISA ADÁN GIL
DA REVISTA DA FOLHA

Pela primeira vez desde o fim dos Smiths, as palavras "pop" e "inteligente" podem ser usadas na mesma frase. A música produzida por Jarvis Cocker (vocais), Russel Senior (guitarra, violino), Steve Mackey (baixo), Candida Doyle (teclados), Nick Banks (bateria) e Mark Webber (guitarra, teclados) é pop, no melhor sentido (irresistivelmente acessível) e brilhante, pela maneira como se apropria do melhor (Bowie, Roxy Music) e do pior (o romantismo kitsch) dos 70.
"Different Class", o novo disco, é ainda melhor que seu predecessor -uma conquista, já que "His'N'Hers" era um notável compêndio de relações frustradas e melodias bem-sucedidas. A diferença está no tom raivoso de Jarvis, que parece querer vingança pelos 16 anos no limbo.
A melhor faixa do álbum é "I Spy", com seu clima aterrador e sexo travestido de vingança. Há ainda "Common People" e "Disco 2000, para cantar e dançar junto; "F.E.E.L.I.N.G. C.A.L.L.E.D. L.O.V.E;", sobre dias num quarto com o ser desejado; "Sorted for E's and Wizz", Bowie regado a ecstasy; e "Bar Italia", com clima de cabaré.
Cocker conseguiu: seu Pulp é tão hipnótico quanto Oasis, tão eclético quanto Blur. E mais divertido que os dois juntos.
(MAD)

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