São Paulo, quarta-feira, 13 de dezembro de 1995
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Preço do feijão dispara no atacado de SP

MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

O preço do feijão subiu 55,6% no mercado atacadista de São Paulo em dezembro. Em apenas um dia, da segunda para terça-feira desta semana, a cotação teve alta de 27,3% na Bolsa de Cereais de São Paulo (BCSP).
Na virada do mês, a saca de 60 quilos do produto de melhor qualidade (carioquinha tipo 1) custava R$ 31,50 na BCSP.
Na última segunda-feira, a saca era negociada por R$ 38,50. Ontem, o grão bateu a casa de R$ 50, mas fechou o dia cotado a R$ 49.
Nos próximos dias, essa alta deve ser repassada integralmente para o consumidor.
"Hoje ninguém pode segurar aumentos dessa ordem, caso contrário o capital de giro (dinheiro usado para financiar as despesas diárias da empresa) vai embora", diz Firmino Rodrigues Alves, presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas).
Além disso, afirma ele, atualmente os estoques do varejo dão conta, no máximo, do consumo de uma semana.
Nos cálculos do supermercadista, o quilo do feijão, vendido até agora para o consumidor entre R$ 0,75 e R$ 0,95, deve saltar para outro patamar de preços: entre R$1 e R$ 1,30.
"Recomendo que o consumidor não compre feijão para que o preço baixe", diz Alves.
Para Wilson Tanaka, presidente do Sincovaga, que reúne os pequenos supermercados, a alta tem uma dose de especulação, apesar de o atacado alegar que o produto disparou por causa da falta de chuvas nas regiões produtoras.
Algirdas Balsevicius, presidente do Sindicato do Comércio Atacadista de Gêneros Alimentícios no Estado de São Paulo, diz que a estiagem nas lavouras de feijão do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina provocou uma queda de até 50% no volume físico de produto.
são essas regiões produtoras que abastecem o mercado paulista nesta época do ano.
As cotações da BCSP mostram também que a cotação do arroz subiu 5,22% no atacado nos últimos 30 dias. Ontem, a saca de 60 quilos do produto saía por R$ 30,25.
A tendência, diz Alves, é que o preço do grão acumule alta de até 12% até o final do mês.
No caso do arroz, o aumento é normal nesta época, devido ao estoque reduzido, afirmam os supermercadistas.

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