São Paulo, quarta-feira, 13 de dezembro de 1995
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Santos merece festejar título

DAVID CAPISTRANO FILHO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Santos está comemorando 450 anos da elevação de povoado a vila. Nenhum evento pode dar mais brilho à comemoração do que a conquista do título pelo Santos.
Há 11 anos, nós, torcedores do Santos, não festejamos um título. A campanha do Santos no Brasileiro proporcionou imensa alegria para nós, torcedores, e para a população da cidade.
O Santos está vivendo um momento especial, que traz de volta a mais gloriosa época do clube.
Seus jogadores, em sua grande maioria jovens, têm proporcionado imensas alegrias aos santistas e, nas últimas semanas, a todos os paulistas, uma vez que o Santos passou a ser o representante do futebol de São Paulo no Brasileiro.
Nesta campanha, todos os brasileiros têm tido a oportunidade de assistir à volta de um futebol alegre, definido por Giovanni -possivelmente o melhor jogador brasileiro da atualidade- como o "futebol loucão".
"Loucão" no sentido de leveza, criatividade, bom humor e desprendimento.
Respeitamos o Botafogo, clube de tradição no futebol brasileiro e que tem Túlio.
Mas, se é verdade que nas quatro linhas do gramado tudo pode acontecer, também é verdade que existe lógica.
E a lógica indica que aquele clube que fez a melhor campanha tem as maiores chances de ganhar.
Estive entre os que acreditaram na recuperação depois do resultado adverso da primeira semifinal.
Também me incluo entre os que atribuíram aquele resultado à extrema juventude da equipe. Mas os jogadores amadureceram nos últimos dias.
Santos está com os olhos, a atenção e o coração voltados para as finais.
Esperamos que o povo do Rio, alegre e descontraído, leve na esportiva um resultado adverso para o Botafogo.
Resultado pelo qual torcemos ardentemente! Pedimos que a paixão dos botafoguenses se contenha nos limites da cordialidade carioca e que o espetáculo do Maracanã seja uma festa do futebol.
Santos está se preparando para comemorar o título no domingo, numa festa que avançará semana adentro.
Hoje, a cidade está em suspense, em estado de graça, aguardando a final, pronta para explodir de alegria e emoção para cantar, a plenos pulmões, o hino do Santos.

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