São Paulo, quarta-feira, 13 de dezembro de 1995
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Dinheiro

THALES DE MENEZES

O croata Goran Ivanisevic venceu a Grand Slam Cup, disputada em Munique na semana passada. Depois da conquista, o tenista engordou sua conta bancária com mais de US$ 1,6 milhão.
Muita gente deve ler uma notícia dessas no jornal e duvidar desse valor. Afinal, um título em Wimbledon, torneio muito mais importante, rende ao vencedor pouco mais de US$ 500 mil.
De onde vem esse rio de dinheiro distribuído em Munique? Resposta óbvia: da Compaq, a gigante dos computadores que patrocina o evento. Mas o que interessa mesmo é saber porque a empresa embarca nessa empreitada.
A Grand Slam Cup é um torneio moderno, disputado em quadra única (o que não deixa dois bons jogos simultâneos dividirem o público) e coberta (o que evita adiamentos por causa de chuva).
Criado especialmente para a TV, o evento chega a mais de 90 países. Por isso, uma placa de publicidade na quadra do Olympiahalle chega a custar US$ 120 mil.
A otimização dos torneios ainda vai fazer o valor dos prêmios subir mais. Na mesma proporção, sobe também o azar e o rancor dos tenistas da velha guarda.
Acaba sendo assustador verificar que um tenista como o sueco Bjorn Borg, que reinou nos anos 70 a ponto de conseguir cinco títulos seguidos em Wimbledon, ganhou apenas US$ 3,6 milhões de prêmios em toda a carreira.
Em uma só temporada, em 1993, Pete Sampras ganhou mais do que Borg conseguiu durante oito anos como profissional.
O simpático Ivanisevic faturou em uma semana aquilo que uma lenda viva como Ilie Nastase levantou em uma década.
A revista norte-americana "Tennis Magazine" fez um levantamento curioso, adequando a coleção de títulos de vários tenistas do passado aos valores de prêmios pagos na última temporada.
Nessa correção monetária tenística, o norte-americano Jimmy Connors seria o novo recordista masculino do esporte, com mais de US$ 50 milhões arrecadados em 20 anos de profissionalismo.
Outros destaques da lista imaginária: Rod Laver (US$ 42 milhões), Roy Emerson (US$ 40 mi), Bjorn Borg (US$ 37 mi) e John McEnroe (US$ 34 mi).
No entanto, ninguém poderia superar nessa brincadeira a rainha Martina Navratilova. Seus títulos teriam rendido a ela quase US$ 70 milhões. No mundo real, Martina se aposentou com pouco mais de US$ 20 milhões recebidos.

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