São Paulo, quarta-feira, 13 de dezembro de 1995
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Cisne Negro encena 'O Quebra Nozes' em SP

Balé símbolo do Natal estréia no teatro Sérgio Cardoso

ANA FRANCISCA PONZIO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Espetáculo: O Quebra-Nozes, com Cisne Negro Companhia de Dança
Onde: Teatro Sérgio Cardoso (Rua Rui Barbosa, 153; tel. 288-0136)
Quando: 13 a 16, 20 a 23 de dezembro às 21 h; dia 17 às 19 h
Ingressos: R$ 25,00 (platéia) e R$ 15,00 (balcão)

Ao longo de sua trajetória de 103 anos, o balé "O Quebra Nozes" tornou-se símbolo do Natal nos Estados Unidos e Europa, onde suas apresentações representam sucesso e lucro certos para as companhias de dança.
No Brasil, o grupo Cisne Negro vem cultivando a tradição desde 1985 e, a partir de hoje, no Teatro Sérgio Cardoso, realiza mais uma temporada deste espetáculo inspirado num conto fantástico de E.T.A. Hoffmann.
Dirigido por Hulda Bittencourt, o Cisne Negro reuniu 120 bailarinos para esta nova produção de "O Quebra-Nozes". Além do elenco fixo do grupo, participam alunos da escola mantida por Hulda e dois convidados especiais: Jorge Amarante e Silvina Perillo, solistas do Ballet do Teatro Colón de Buenos Aires, onde a obra é encenada com freqência.
"É um balé que sempre faz o público delirar", diz Hulda, que para a atual montagem contou com a assessoria da professora britânica Juliet Peach, ex-bailarina do London Festival Ballet.
À parte a música de Tchaikovsky, uma obra-prima do repertório de balé, "O Quebra Nozes" é marcado por variações curtas, que garantem a dinâmica incessante do espetáculo. Sua primeira versão, apresentada em São Petersburgo, Rússia, tinha coreografia e roteiro de Lev Ivanov.
Com o tempo, "O Quebra Nozes" ganhou versões mais sofisticadas -como a de Balanchine, que lançou a obra nos Estados Unidos em 1954, e a de Nureyev, feita para o Ballet Real Sueco em 1967.
Personagens como a Fada Açucarada e a Rainhas da Neves povoam a história, protagonizada por Clara, uma garota que ganha um quebra-nozes em forma de soldado na noite de Natal.
Terminada a festa natalina, a menina dorme e sonha que seu quebra-nozes se transforma num príncipe que a leva para uma viagem encantada, por lugares como o Reino dos Doces.
"A eterna sedução deste balé deve-se à sua capacidade de resgatar o romantismo e o sonho contidos em todos nós", salienta Hulda, que também acredita no papel didático-cultural que as montagens de "O Quebra Nozes" representam no Brasil.
"Em 1994 fui para Londres com 15 de minhas alunas que, até então, só conheciam peças clássicas, como 'O Quebra Nozes' e 'Giselle', em vídeo. São obras que fazem parte da formação cultural de todo mundo e, no Brasil, isto ainda é uma lacuna", acrescenta.
Disposta a oferecer ao público produções cada vez mais requintadas, Hulda preparou para este ano um cenário cheio de surpresas. Para introduzir a atmosfera de encantamento já na entrada do teatro, decorou todo o saguão com adereços natalinos que incluem dois quebra-nozes gigantes, com quase dois metros de altura, cedidos por uma colecionadora.

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