São Paulo, quarta-feira, 13 de dezembro de 1995 |
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Sérvios votam em referendo
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS Cerca de 80 mil sérvios de Sarajevo enfrentaram a forte nevasca de ontem na capital bósnia para votar no referendo sobre o plano de paz.O plebiscito, realizado nos subúrbios sob controle sérvio da cidade, questionou aos moradores se eles aceitam que a área seja entregue à futura federação muçulmano-croata. O "não era favorito. Segundo a agência de notícias "Srna", dos sérvios, a comissão encarregada da votação anunciou que o "não" obteve 18.881 votos (mais de 95%), que o "sim" teve 445 votos e que 171 pessoas votaram em branco. O resultado oficial só será divulgado hoje. A maioria dos sérvios de Sarajevo teme retaliações se passarem ao governo dos seus atuais inimigos. A vitória do "não", entretanto, será apenas uma demonstração de força política dos líderes dos sérvios da Bósnia, os maiores derrotados nas negociações de paz realizadas em Dayton, Ohio (EUA). O plebiscito não tem nenhum valor sobre o plano de paz. Pelo acordo, os sérvios devem devolver toda a área ao redor de Sarajevo para os muçulmanos e croatas. Sarajevo deve se tornar a capital unificada da Bósnia, dividida em uma entidade sérvia e outra croata-muçulmana. "É horrível o que aconteceu conosco, os sérvios, disse Dragisa Stanic, 78, após depositar seu voto pelo "não" no subúrbio de Ilidza. "Dayton não nos deixou escolha -ou ficamos e vivemos sob o governo muçulmano ou abandonamos nossos lares." Esta última hipótese é preferida da maioria dos sérvios. Muitos falam em queimar suas casas antes de partir, para deixar uma cidade arrasada para os novos ocupantes. Alguns sérvios temem virar "escravos" dos croatas e muçulmanos na capital. Sarajevo é a única parte da Bósnia mantida como região multiétnica. As tropas da Otan que vão fiscalizar a implementação da paz na Bósnia têm planos de reconstruir pontes e ruas que integrem os subúrbios hoje em poder dos sérvios ao centro da cidade, que esteve cercado por 43 meses e enfrenta problemas de infra-estrutura. Texto Anterior: Estudante repreende o papa durante missa Índice |
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