São Paulo, quinta-feira, 14 de dezembro de 1995
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Polícia tem mais um suspeito de extorsão

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia de São Paulo investiga a participação de Flávio Braz, funcionário da Assembléia Legislativa de São Paulo, no esquema de intermediação da extorsão de donos de casas de bingo.
Braz trabalha com o deputado estadual Nabi Abi Chedid, pai do deputado federal Marquinho Chedid (PSD-SP), acusado por bingueiros de extorqui-los para manter seus negócios abertos. Marquinho é membro da CPI dos Bingos.
O delegado Mauro Marcelo Lima e Silva, do 89º Distrito Policial de São Paulo, vai intimar Braz para depor. Segundo o delegado, o assessor aparece nas gravações de telefonemas sobre os bingos.
O esquema de extorsão de bingueiros foi descoberto graças a gravações telefônicas, autorizadas pela Justiça. Tinham como objetivo inicial descobrir cassinos clandestinos do bicheiro Ivo Noal.
O delegado Lima e Silva não investiga o envolvimento de deputados no esquema de extorsão. Mas é o responsável pela apuração das ligações de bingueiros com Noal.
Nas gravações, donos do bingo Liberty, de São Paulo, revelam que deram R$ 150 mil ao advogado Francisco José Franco, intermediário de Marquinho, para que a casa não fosse fechada. Outros R$ 150 mil seriam pagos no final dos trabalhos da CPI.
Para a polícia, a ligação de Flávio Braz com Nabi fortalece a suspeita do envolvimento de Marquinho na extorsão. Trata-se da segunda pessoa a trabalhar com Nabi -o advogado Francisco Franco foi seu chefe de gabinete.
Franco e Braz aparecem mais de uma vez conversando por telefone. Uma dessas conversas ocorreu a uma hora da manhã do último dia 16 de novembro. Braz telefona para Franco e o convida para uma conversa a respeito do "problema com o Marquinho".
O delegado Lima e Silva acredita que a conversa entre Braz e Franco ocorreu depois do "vazamento" das gravações.

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