São Paulo, quinta-feira, 14 de dezembro de 1995 |
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Pai diz que Christian não era 'maluco'
ANDRÉ FONTENELLE
"Ela cansou de ir à minha casa e ao apartamento no Guarujá. Meu filho cansou de frequentar o apartamento da família dela. Se algum imbecil disse que não era namorado dela, não sei o que acha que ele era", afirmou Paulo Rodolpho Hartmann, aeronauta aposentado. Ele contesta a versão da família de Renata -de que os dois nunca chegaram a namorar- e insinuações de que o comportamento de Christian não era "normal" (leia entrevista nesta página). Hartmann advertiu: "Toda pessoa que declarar que meu filho era maluco vai responder a processo". O crime ocorreu segunda-feira, na Escola Politécnica da USP. Aparentemente com ciúme do namoro entre Renata e Winston, Christian a matou com seis tiros e feriu Winston -que está hospitalizado, mas não corre risco de vida. Os supostos "indícios" de que o comportamento de Christian era "estranho", como sua paixão por videogames e o fato de não gostar de jogar futebol, deixaram o pai indignado. "Jogar videogame é crime? Agora você tem que ser jogador de futebol?", indagou. Hartmann disse que é o "primeiro a reconhecer a dor da família da moça". "Sinto a sua morte como a de meu filho porque a conhecia", afirmou. Hartmann se queixou da "morbidez escrota" da imprensa no caso -como ao publicar fotos do enterro de Christian. "Uma coisa é informar. Outra é pular em cima da carniça. Dois repórteres se fantasiaram de amigos do meu finado filho e foram ao velório ouvir conversas", acusou. Ele acha que a cobertura dada ao crime "não tem cabimento", pois os envolvidos estão mortos: "Vamos dar aos mortos os mortos". A família garante que não possuía a arma usada por Christian. Paulo Rodolpho disse que os detalhes do caso serão esclarecidos "no seu devido tempo". Texto Anterior: Pesquisadores salvam peças pré-históricas Próximo Texto: Polícia não sabe origem da arma Índice |
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