São Paulo, sexta-feira, 15 de dezembro de 1995 |
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É praga: Botafogo vai pegar olho de peixe!
BARBARA GANCIA
Haja! Intelectual pode saber soletrar Nieztsche, mas não entende lhufas das coisas mais prosaicas. "Quê o quê, Florspanca! E carioca lá é de se sentir acuado por chuva?", rebati. "Você acha que carioca tem medo de molhar o quê? As havaianas?" Veja bem: nada tenho contra cariocas. Aliás, acho essa rivalidade entre Rio e Sampa de quadragésima. Mas, convenhamos, quando se trata de final entre Santos e Botafogo, é natural que brotem do fundo da alma os mais baixos sentimentos. No final do jogo, liga um meu amigo carioca para me consolar. Falo sobre a conversinha que tive com a culta Florspanca, e ele se sente na obrigação de me corrigir: "Claro que carioca tem o que molhar, Barbara, você se esqueceu do papelote?" Bem, melhor nos atermos ao jogo: o que o leitor me diz do bandeirinha, o Hora Filho? O homem estava tão nervoso que, toda vez que a bola entrava no quintal dele, ele levantava a bandeira. Foi um tal de levantar bandeira para mostrar serviço que, de hoje em diante, ele passa a ser o Hora Extra Filho. Aposto que o fera está no Maracanã até agora levantando a bandeira. Trabalhador exemplar! No segundo tempo, Florspanca Esbelta tentou emplacar mais uma nota sagaz: "Engraçado, nunca tinha visto ninguém torcer para o Santos, mas, ultimamente, parece que o mundo virou santista". O sangue subiu-me: "Escuta aqui, ô Flor, nesses anos de vacas magras, você queria que a gente tivesse feito o quê? Dependurado um robalo no pescoço?" Ao menos, que eu saiba, nesses anos todos de penúria, os santistas não fundaram nenhuma Mancha Verde, nenhuma Gaviões da Fiel. E domingo vai dar peixe na testa! Texto Anterior: Vítima torcia para o Corinthians Próximo Texto: Papo de manicure; Laranja madura; Sessão serpentário; ArT-shirt Índice |
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