São Paulo, sexta-feira, 15 de dezembro de 1995
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Pasta rosa; Pesar; Minhocão; Mau humor; Provincianismo; Cartório; Centro Tecnológico

Pasta rosa
"O assunto pasta rosa convenceu-me de que preciso rever, urgentemente, os meus conceitos de ética pública. Esse meu convencimento deu-se após a determinação de FHC, do alto da Muralha da China, de punir o(s) responsável(eis) que tornaram públicos a existência e o conteúdo dessa pasta. Pelos meus ultrapassados conceitos éticos, o(s) responsável(eis) pela divulgação de assunto que envolve ilícitos eleitorais e, provavelmente, fiscais, de amplo interesse público numa democracia, deveria(m) ser laureados e aplaudidos. Deveria(m) mesmo receber um troféu de cidadania. Mas o governo, ou alguns escalões dele, consideram esses conceitos 'out', 'politicamente incorretos'. O 'in' é acobertar, deixar a pasta escondida num cofre, a sete chaves, no Banco Central e, agora que o leite já foi derramado, dissimular e transformar o mocinho em bandido. Punir 'aliados' é tão difícil assim, sr. presidente?"
Michael Wilberg (Brasília, DF)

Pesar
"Lamentamos o fato ocorrido no dia 11/12 com os estudantes Christian Hartmann, Renata Cristina Francisco Alves e Winston Hooki Goldoni, o qual resultou no falecimento de dois colegas e ferimentos ao terceiro. Enviamos nossos sentimentos às famílias, com profundo pesar pelos nossos companheiros de engenharia."
Gilberto Alvarez Giusepone Junior, presidente do Grêmio Politécnico da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

Minhocão
"Com relação à reportagem publicada pela Folha acerca da reabertura do tráfego no Minhocão à noite, devo esclarecer que em nenhum momento afirmei ser absurda a opinião do sr. prefeito quanto à reverberação do ruído causado abaixo do Minhocão pela estrutura. Disse, isso sim, que considero pouco provável que o Minhocão aja, nesse particular, como uma 'caixa de violão'. Mas que essa dúvida seria facilmente eliminada efetuando-se medições adequadas. Acrescentei que se aquela obra fosse feita hoje, provavelmente o seria sob a forma de um túnel. Ao repórter, conclui que o Minhocão nunca seria uma obra bem ajustada à cidade, quer pelo aspecto urbanístico, quer pelos problemas criados aos moradores."
Adriano Murgel Branco, ex- secretário dos Transportes do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Luis Henrique Amaral - Ao ser perguntado sobre a possibilidade de o Minhocão amplificar o barulho dos carros que passam embaixo dele, o sr. Murgel Branco declarou literalmente o seguinte: "Isso é um absurdo, o minhocão não é uma caixa de violão".

Mau humor
"Leitora há mais de 35 anos da Folha, em cujas páginas aprendi a ler jornal, venho cancelar minha assinatura, pois que não aguento mais o mau humor, o fel que transpiram de seus editoriais. Quem se habituou a ler um jornal que teve em seus quadros Helena Silveira, Orlando Fassone, Arapuã, Tavares de Miranda, Lourenço Diaféria, Ruy Lopes, Newton Rodrigues, Flávio Rangel, os irmãos Caruso, Alberto Dines, Samuel Wainer, Tristão de Athayde, Afonso Arinos e outros, com toda sua cultura, verve, ironia, não suporta mais o amargor, o fel, os erros de português que encontra em suas páginas."
Vera Montenegro Silveira (São Paulo, SP)

Provincianismo
"Sempre desconfiei daquela imagem de intelectual de butique adotada por Fernando Henrique Cardoso. Hoje já estou certo de seu provincianismo. Levar Lucélia Santos na comitiva presidencial à China é o mesmo que Bill Clinton chegar ao Brasil de braços dados com Michael Jackson. Lamentável."
Maurício Rudner Huertas (São Paulo, SP)

Cartório
"Barbara Gancia: seu texto de 29/11 revelou desconhecimento e falta de assunto para preencher seu espaço na Folha. Aliás seu lide, por estapafúrdio, deixa clara essa última assertiva. Ter firma há mais de 15 anos, mudá-la de um ano para cá e só agora regularizar a situação chega a ser mais catastrófico do que seu próprio lide. Se alguém roubasse seus documentos em cópia autenticada e com eles pintasse e bordasse -conseguindo, por hipótese, reconhecer as firmas-, a senhora com certeza faria o mundo desabar sobre os 'cartórios'. Por favor, aprenda que os 'cartórios' trabalham sobre normas da Corregedoria Geral da Justiça que, em última hipótese, busca oferecer toda a segurança possível também à senhora. O que a senhora não revelou é que jamais poderia imaginar que um serviço de tamanha responsabilidade tivesse uma remuneração tão desprezível. Numa cidade como São Paulo, quem sai sem um tostão no bolso está sujeito a muitos descalabros. O seu foi só aquela vergonhazinha de imaginar ter de fazer um polpudo cheque (e aí teríamos material para uma nova coluna) e acabar pagando o risível valor que pagou! Quanto às ineficientes 'capitanias hereditárias', indesculpável sua ignorância: primeiro, porque há cerca de 20 anos os 'cartórios' vagos têm sido preenchidos através de concurso público; segundo, porque essa ineficiência não existe, já que a grande maioria deles está hoje praticamente informatizada. Faltou ao artigo a parte final da frase das 'Catilinárias', quando aborda a 'patientia nostra', que é o que chega ao limite quando a senhora levianamente faz supor que passou 3h25m em cartório, não esclarecendo que o desapego aos documentos e aos trocados é que foram os responsáveis pelas desnecessárias viagens."
Osvaldo Fernandes Testoni, titular do 30º Tabelião de Notas (São Paulo, SP)

"Sou substituto de um tabelião e adorei o artigo de Barbara Gancia de 29/11. É claro que me senti um pouco desonrado, pois ela esculacha a minha profissão e eu amo o que faço. Concordo que o atendimento prestado pelo 30º Tabelionato de Notas de São Paulo foi péssimo. Dois pecados capitais: não aceitaram fotocópias autenticadas por eles próprios e cobraram em parcelas. Nosso serviço é, por natureza, burocrático, conservador. Nós existimos para conferir segurança aos negócios jurídicos e às declarações de vontade. Para garantir isso, as leis fazem um sem-número de exigências que os tabeliães têm de cumprir, sob pena de responsabilidade. Deve haver alguma norma da Corregedoria da Justiça de São Paulo exigindo a apresentação dos documentos originais. Mas, ora, as leis sem a sensibilidade daqueles que as aplicam são amarras bovinas a prender pessoas. Quanto ao pagamento, claro, falharam eles em cobrar parcelado. A este sulista, contudo, surpreendeu o fato de Barbara Gancia não andar com algum no bolso. Sampa está tão perigosa assim?"
Paulo Roberto Gaiger Ferreira (Porto Alegre, RS)

Centro Tecnológico
"A Folha recebeu e agradece as mensagens de congratulações pela inauguração do Centro Tecnológico Gráfico-Folha de: Roberto Santos, deputado federal pelo PSDB-BA (Brasília, DF); Wagner Salustiano, deputado federal pelo PPB-SP (São Paulo, SP); Roberto Caiuby Vidigal, presidente da Confab Industrial S.A ; Renato Janine Ribeiro, professor do Departamento de Filosofia da USP (São Paulo, SP); Mauri Vieira Costa, presidente do Conselho Regional de Administração e do Sindicato dos Administradores do Estado de Pernambuco (Recife, PE); Acílio Lara Resende, da L&R Comunicação Social (Belo Horizonte, MG); Joaquim Santo Turim, presidente do Diretório Butantã do Partido Popular Socialista (São Paulo, SP); Jetro Menezes, Partido Verde (São Paulo, SP); Matias Quintino e Ronaldo Junqueira, jornalistas (São Paulo, SP); Onésio Custódio da Silva (Batatais, SP); Luiz Edgard Bueno (Londrina, PR); Ronaldo Acquaviva (Santos, SP); Arcangelo Sforcin Filho (São Paulo, SP).

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