São Paulo, sábado, 16 de dezembro de 1995
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CUT quer negociar reforma com governo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CUT (Central Única dos Trabalhadores) vai aproveitar o clima de desentendimento entre o governo e os partidos que o apóiam para negociar seus interesses na reforma da Previdência.
Essa situação ficou clara nas votações das emendas da Ordem Econômica, como abertura do setor de telecomunicações e petróleo. As esquerdas não negociaram e perderam todas as votações.
"Para os partidos, fica difícil assumir algumas posições, aquelas que mexem nas feridas", disse o presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho. A partir de agora, ele quer manter contatos com todas as lideranças políticas, independente de partido.
Outra avaliação feita pela CUT é que o clima para as negociações da reforma é bastante propício por causa das eleições. Os sindicalistas acreditam que os deputados governistas terão mais dificuldades para aprovar mudanças na Previdência pressionados pelos eleitores.
Segundo Vicentinho, é possível negociar sem "mexer nas feridas". A CUT não abre mão de pontos como a aposentadoria por tempo de serviço e manutenção de aposentadorias especiais, como dos professores após 25 anos de serviço.
Durante as festas de final de ano, quando os deputados voltam aos Estados, a CUT montará um esquema para pressioná-los.
Em 30 de janeiro, a CUT organiza paralisação pela Previdência. "Uma organização como a nossa nunca descarta greves gerais", disse Vicentinho.
Ele mesmo avalia que o momento "nunca foi tão difícil" para a organização sindical. Para o líder, o movimento fica enfraquecido devido ao desemprego e a maioria governista no Congresso.
Vicentinho disse que FHC "faltou com a verdade" ao dizer que as centrais sindicais não apresentaram em tempo suas propostas para a Previdência. Segundo ele, o presidente já recebeu há meses a proposta da CUT para a Previdência.

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