São Paulo, sábado, 16 de dezembro de 1995
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Argentina quer reduzir dependência do Brasil

DENISE CHRISPIM MARIN

A assinatura do acordo entre a União Européia e o Mercosul, ontem em Madri, criou duas importantes expectativas na Argentina -a diminuição da chamada "Brasil-dependência" e a atração de mais investimentos.
"O acordo vai abrir as negociações para que os países do Mercosul possam colocar mais produtos na Europa", afirmou, em Madri, o ministro da Economia Domingo Cavallo.
"Também deverá acentuar os investimentos europeus em nossas países e isso significa a criação de novos empregos", completou.
A perspectiva de criação de uma zona de livre comércio entre os dois blocos econômicos surge em boa hora para a Argentina.
O acordo permite a abertura de novos mercados aos produtos argentinos. Espera-se, assim, que a condição de dependência ao mercado brasileiro -considerada arriscada- diminua.
Segundo previsões do Estudio MAM Broda, este ano deve fechar com 27,4% das exportações argentinas destinadas ao Brasil.
As vendas para o mercado brasileiro seriam, em boa parte, responsáveis pelos saldos positivos da balança comercial argentina desde abril. E também pelo superávit anual estimado em US$ 1,6 bilhão.
Em Madri, funcionários da União Européia tentavam arrefecer outra expectativa argentina -a de atrair mais investimentos.
"Não se pode crer que, com a assinatura do acordo, centenas de milhares de investimentos chegarão à Argentina", afirmou a encarregada da área de negócios da Delegação da União Européia na Argentina, María Angeles Benítez.
Dados da Fundación Invertir, de Buenos Aires, entretanto, mostram que existem investimentos europeus já acertados para o período de 1994 a 1998.

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