São Paulo, sábado, 16 de dezembro de 1995
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Bolsa cai e juro recua no mercado futuro

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Bolsas em queda. Juros pressionados no dia-a-dia e recuando no mercado futuro. Câmbio ligeiramente pressionado no dia-a-dia.
Esse foi o cenário de ontem no mercado financeiro, refeito da onda de boatos do dia anterior.
O mercado começa, a partir das declarações dos integrantes da equipe econômica, a trabalhar com o seguinte cenário para o primeiro mês de 1996: 1) As taxas de juros no over continuam sua trajetória de queda (mas ainda não há consenso sobre o ritmo); e 2) o governo vai acelerar as medidas que reduzem as restrições ao crédito (IOF e compulsórios).
Logo, mais do que a taxa nominal paga ao investidor, o que cairá (mais rapidamente, pelo menos) é o "spread" bancário (diferença entre o juro pago e o cobrado).
A convicção teve impacto no mercado futuro, que voltou a apostar em uma curva cadente para os juros.
As empresas vão gostar. O primeiro trimestre não será brilhante em termos de atividade.
O juro do crédito mais baixo vai ajudar também no rescaldo da inadimplência e, dependendo do novo patamar de taxas, impedir uma segunda onda de atrasos.
Por falar nisso, nem o mais empedernido monetarista consegue enxergar nos saques dos fundos de aplicação e no aumento dos depósitos à vista um risco para o Plano Real. Estão pagando dívidas.
Na área do câmbio, o comercial (exportações e importações) voltou a subir, sendo vendido a R$ 0,9674 -o último negócio foi a R$ 0,9680.
O mercado aposta que, na semana que vem, muda a minibanda cambial. Presente de Natal.
Ontem, refluíram as preocupações políticas do mercado, especialmente quanto à relação do governo com o PFL.
Na segunda-feira, vencem as opções (compra ou venda antecipada de ações por preços predeterminados). Os "vendidos" (que apostam na baixa), de certa forma ajudados pelo governo, devem ganhar a guerra. Telebrás fechou a R$ 44,0. A Bolsa caiu 0,58%.

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