São Paulo, segunda-feira, 18 de dezembro de 1995 |
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'Ele não era radical', diz irmão
WAGNER OLIVEIRA
Ribeiro afirmou que, após o conflito na fazenda Santa Elina, Nelinho tinha adotado algumas medidas de segurança, como evitar andar desacompanhado e chegar tarde em sua casa. Para Ribeiro, a morte do irmão deve estar relacionada com conflitos agrários na região. Ele disse que o crime pode ter sido cometido a mando de fazendeiros da região, mas não é capaz de apontar suspeitos. A seguir, leia os principais trechos da entrevista: * Agência Folha - O senhor sabe quem matou seu irmão? Sebastião Ribeiro - Não sei, mas o crime deve estar relacionado aos conflitos de terra aqui na região. Ele sempre acompanhava os sem-terra, mas não participava do movimento diretamente. Alguém pode ter achado que ele era um líder e providenciou sua morte. Agência Folha - O crime pode ter sido cometido a mando de fazendeiros? Ribeiro - Eu acho que pode, mas não vou acusar ninguém. Agência Folha - Qual era a participação dele no Movimento dos Sem-Terra? Ribeiro - Ele dava alimentos aos sem-terra, conversava com o pessoal. Depois do conflito na fazenda Santa Elina, ele ajudou o pessoal, dando assistência, abrigo, roupas ao pessoal. Agência Folha - Depois do conflito na fazenda Santa Elina, ele tomou alguma providência para cuidar de sua segurança? Ribeiro - Ele passou a evitar chegar tarde em casa e só andava acompanhado. Aliás, ele sempre andava acompanhado, porque era muito querido em Corumbiara. Com ele, éramos dez irmãos que nunca nos envolvemos em nenhuma briga. Apesar de ser do PT, ele não era radical. Era amplo, conversava com todo mundo. (WO) Texto Anterior: Governador diz já ter pistas Próximo Texto: Polícia mata um dos irmãos necrófilos Índice |
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