São Paulo, terça-feira, 19 de dezembro de 1995
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Prefeito vai à Justiça contra dados do TCE

DA AGÊNCIA FOLHA

O prefeito de Porto Velho (RO), José Guedes (PSDB), disse estar contestando na Justiça "relatório falso" criado pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) para, segundo ele, causar sua cassação.
Há três semanas, a Câmara Municipal arquivou, por falta de quórum, processo de cassação resultante de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigou suposta fraude em licitações e superfaturamento em obras de urbanização contratadas por Guedes.
Guedes disse ser vítima de uma "armação política" criada pelo presidente do TCE, Hélio Máximo, a quem diz estar processando.
Máximo nega as acusações e diz que não quer "polemizar" com o prefeito.
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Agência Folha - Prefeito, como surgiu esta CPI contra o sr.?
José Guedes - Partiu da denúncia de uma vereadora, dizendo que eu tinha recebido verba federal de R$ 2 milhões e não tinha feito nenhuma obra. A CPI contestou descontos de 30% que eu negociei em contratos com empreiteiras.
Agência Folha - A que se refere esse desconto?
José Guedes - Ao assumir, fiz um contrato para obras de reurbanização com base em preços pagos pela antiga administração em obras similares. Depois, eu vi que o preço estava alto e negociei desconto de 30%.
Agência Folha - O que a CPI descobriu?
José Guedes - Quando a CPI se propôs a investigar diferença de preços em obras similares entre a atual administração e a anterior, apoiei. A CPI recebeu do TCE relatório falso comparando preços de obras pagos pelas duas administrações.
Agência Folha - O relatório do Tribunal de Contas constatou superfaturamento em obras feitas em sua administração?
José Guedes - O presidente do Tribunal de Contas, Hélio Máximo, mandou para CPI um relatório com dados mentirosos. Eu o estou contestando na Justiça.
Agência Folha - Por que o relatório do TCE é falso?
José Guedes - Os auditores do TCE utilizaram um índice inventado para calcular o preço da obra.
Agência Folha - O caso já não foi encerrado com o arquivamento da CPI?
José Guedes - Não, pois fui atingido na minha honra. Quero provar na Justiça e no próprio TCE que sou honesto.

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