São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 1995
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Exército e PF travam disputa

RUI NOGUEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Exército e a Polícia Federal mantêm até hoje uma disputa técnica e política em torno do caso das armas importadas por um grupo de colecionadores.
As armas foram apreendidas por agentes federais, em julho passado, no aeroporto do Galeão (Rio).
O processo está na Justiça Federal do Rio, que pediu à PF e ao Exército que fizessem uma auditoria no armamento. A Justiça quer saber se houve irregularidade na permissão de importação dada pelo Exército. A auditoria militar está pronta e conclui que todas as armas foram legalmente autorizadas.
A PF ainda não concluiu a sua auditoria e já pediu duas vezes à Justiça a prorrogação do prazo para terminar o serviço. O caixote com as armas está em um quartel militar, sob custódia da Justiça.
A direção da polícia no Rio levantou a suspeita de que as armas importadas pela ABCA (Associação Brasileira dos Colecionadores de Armas) poderiam ser vendidas no mercado negro e, assim, abastecer o crime organizado.
Segundo agentes da PF, algumas das armas semi-automáticas poderiam facilmente ser transformadas em armas automáticas, o que é proibido por lei.
Segundo o Exército, não há nenhuma arma fora dos padrões legais de importação e a transformação de semi-automáticas em automáticas exigiria um investimento tão alto que a operação seria economicamente inviável. As armas automáticas importadas clandestinamente são bem mais baratas. Algumas transformações só poderiam ser feitas pelo fabricante.
A auditoria do Exército mostra que a tramitação inicial do pedido de importação, em abril de 94, era para comprar 418 armas. Quem desistiu da importação, depois da compra, terá a arma recolhida ao Arsenal de Guerra.
(RN)

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