São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 1995
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Maluf vai pressionar FHC por reeleição

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Erramos: 22/12/95
O prefeito Paulo Maluf (PPB) acha que o presidente Fernando Henrique Cardoso não está se empenhando pela emenda que permitiria a reeleição dos atuais prefeitos em 96.
Maluf desconfia que FHC e os tucanos estejam apostando no "fatiamento" da emenda, ou seja, que o direito de reeleição seja concedido apenas ao presidente da República e aos atuais governadores.
Principal interessado na aprovação da emenda que permite a reeleição dos atuais prefeitos, Maluf vai cobrar de FHC uma definição sobre o tema. Em conversas com amigos, o prefeito tem dito que não aceita o "fatiamento".
O PPB de Maluf tem hoje, segundo levantamento do prefeito, 89 deputados, integrados à base de sustentação do governo. É com esse cacife que Maluf imagina ter poder para pressionar FHC a aderir publicamente à tese de dar o direito de reeleição aos prefeitos.
Na avaliação de Maluf, a reeleição para todos só será aprovada no Congresso se o presidente da República incluí-la entre suas prioridades políticas em 97.
A desconfiança de Maluf com FHC aumentou quando o presidente disse, em entrevista na China, que a emenda da reeleição interessava principalmente ao grupo do prefeito.
Maluf não gostou da declaração, mas decidiu que só vai comentá-la publicamente depois de uma conversa com o presidente da República.
O prefeito paulistano minimiza a intenção da cúpula do PMDB de bombardear a tese da reeleição para os atuais prefeitos. Acha que não há comando único naquele partido e, assim, seria possível cooptar peemedebistas para o apoio à reeleição de prefeitos.
Embora não comente, Maluf sabe que no próprio PPB há restrições à emenda da reeleição. Alguns parlamentares do partido querem disputar prefeituras em 96 e, lógico, o cenário ideal para eles é sem a concorrência de quem controla a máquina municipal.
O prefeito de São Paulo acha, no entanto, que as resistências no PPB são contornáveis. Na sua análise, a decisão está mesmo com FHC.

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