São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BNDES escolhe grupos para venda da Vale

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

Os consórcios liderados pelas consultoras Metal Data e Projeta venceram, respectivamente, as concorrências para os serviços A e B do processo de privatização da Companhia Vale do Rio Doce.
A Vale poderá ser privatizada em setembro de 96. Isso ocorrerá se forem cumpridos em dia todos os prazos do processo de venda da empresa, iniciado ontem com a escolha dos consórcios que irão avaliar a empresa e definir o modelo de venda.
A concorrência foi promovida pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento econômico e Social), presidido por Luiz Carlos Mendonça de Barros, gestor do programa de privatização do governo.
O que é
O serviço A inclui apenas a avaliação econômico-financeira da empresa. Já o serviço B engloba, além da mesma avaliação, a definição do modelo de venda e a colocação de ações da empresa nos mercados nacional e internacional.
Este serviço será executado por um consórcio que, além da Projeta, terá o Bradesco, o banco de investimentos Merrill Lynch (EUA), o banco Graphus, e as empresas Engevix, Rothschild e KPMG.
Já o consórcio do serviço A terá, além da Metal Data, as empresas Ernst & Young, Máxima, Partbank, Salomon Brothers, Robert Fleming e Patrimônio.
Passos
O presidente da Comissão de Licitação do BNDES, Luziano Prudente, disse que o próximo passo do processo será esses consórcios serem formalizados juridicamente para que os contratos para os dois serviços sejam assinados, simultaneamente.
Ele previu a data dessas assinaturas para a segunda quinzena de janeiro.
A partir da assinatura, os dois consórcios terão 150 dias para entregar as avaliações econômico-financeiras da empresa, devendo apresentar relatórios preliminares em 90 dias.
O consórcio vencedor do serviço B terá mais 30 dias para definir o modelo de venda da Vale. Após esse prazo, o BNDES deverá publicar o edital de venda da Vale, que será vendida 60 dias depois.
Luziano Prudente disse que esse cronograma é o ideal, mas admitiu que poderão surgir problemas ao longo do processo que podem ampliar os prazos.
O consórcio vencedor do serviço A havia tido nota dez na avaliação técnica e ontem, na abertura dos envelopes comerciais, registrou também o menor pedido de preço, com R$ 2,90 milhões pelo serviço mais R$ 135 por homem/hora extra de trabalho.
Em segundo lugar ficou o consórcio formado pelas empresas Jaakko Poyry, Banco Fator e Deloite, com 9,8108 de nota técnica, preço de R$ 3,46 milhões e R$ 180 por homem/hora extra.
No serviço B, o consórcio vencedor teve uma nota total de 9,4520, resultado de uma média ponderada tirada a partir da sua nota técnica (9,980), preço da avaliação (R$ 9,98 milhões) e comissão pela colocação das ações no mercado (1,91% do resultado).
Pelas regras do edital, o valor da avaliação no serviço B será descontado na hora do pagamento da colocação das ações.
O Banco Graphus, que já participou da avaliação do Banco Meridional, tem sido um dos mais atuantes no processo de privatização do governo federal, atuando principalmente na articulação de grupos de investidores.
Na avaliação de Sérgio Zendron, ex-diretor do BNDES e atual diretor do Graphus, o consórcio vencedor do serviço B reuniu um dos grupos de empresas das mais experientes neste tipo de serviço, começando pela Merrill Lynch, que ele disse ser hoje o maior banco de investimentos do mundo.
Uma parte do consórcio vencedor do serviço A já vem há algum tempo atuando junta nas avaliações de empresas do programa de privatização federal.
A Metal Data, juntamente com a Ernst & Young, a Máxima e o Partbank já formaram consórcios que fizeram as avaliações da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), da Usiminas e da Acesita.
As empresas também atuaram na avaliação da RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.), que começa a ser privatizada em 1996.
Para disputar a avaliação da Vale do Rio Doce, elas se juntaram a empresas de experiência internacional, como a norte-americana Salomon Brothers.

Texto Anterior: Em protesto, sem-terra bloqueiam agências do Banco do Brasil em SP
Próximo Texto: Consórcio ficou fora de disputa
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.