São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 1995
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Tiroteio fere cinco em galeria de SP

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

Cinco pessoas foram atingidas por balas perdidas ontem, às 11h35, em um tiroteio entre ladrões e vigias de um carro-forte na galeria Ipê -que liga a rua 7 de abril e a Bráulio Gomes (centro de SP). Ninguém corre risco de vida.
Segundo testemunhas, houve pânico, pois de 50 a 60 pessoas estavam na linha de fogo, entre assaltantes e vigias (leia abaixo).
As balas atingiram a porta do posto bancário da Nossa Caixa Nosso Banco, a vidraça de uma relojoaria e uma lanchonete. Nenhum dos cinco ladrões foi preso. Eles não conseguiram roubar nada.
O tiroteio só aconteceu porque os assaltantes chegaram adiantados para o roubo. Às 11h35, dois homens entraram no posto -três ficaram fora-, desarmaram o segurança, deitaram o caixa no chão, mas só encontraram moedas.
O caixa disse que o carro-forte ainda não havia deixado o dinheiro do posto. Enquanto isso, o blindado da Transbank parou na rua 7 de abril. Três vigilantes desceram do carro e entraram na galeria. Iam entregar um malote com R$ 2.050.
Quando o vigia Gilmar Rodrigues entrou no banco, foi rendido pelos ladrões, que saíam do posto. Eles pegaram o malote e tentavam desarmá-lo quando chegaram os dois outros homens da Transbank.
Os assaltantes começaram a atirar. Os vigias se jogaram no chão e revidaram. O confronto durou quase um minuto. Quando os tiros cessaram, estavam baleados o empresário Carlos Eduardo Beni, 33, sua mãe, a professora Marilisa Teixeira Rosa, 57, o soldado do Corpo de Bombeiros Roberto Navaro Santos, 30, e os garçons Albertino Gonçalves Fagundes, 22, e Marcelino Moschetto, 43.
Segundo os vigilantes, o ladrão que levava o malote soltou-o após ser atingido, quando saía da galeria, por uma bala nas costas. O dinheiro foi recuperado.
Os garçons foram baleados na perna quando tomavam café em uma lanchonete. "Os tiros vieram dos vigilantes", disse Fagundes. O bombeiro passava na galeria e foi baleado na perna.
A professora e o empresário também passavam pela galeria. Ela levou um tiro no abdômen e foi operada no Hospital Sírio-Libanês. A bala foi extraída. Seu filho, internado no mesmo hospital, levou um tiro no ombro. Os médicos decidiram não retirar a projétil. Até as 18h, Beni estava em observação.

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