São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 1995
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'Várias mulheres corriam gritando', diz garçom

DA REPORTAGEM LOCAL

Albertino Gonçalves Fagundes e dois outros garçons estavam pedindo cafés em uma lanchonete da galeria Ipê quando teve início o tiroteio. "Nem deu tempo de beber e os tiros começaram." Ele tentou pular o balcão, mas foi baleado na perna direita.
Sangrando, caiu em cima do amigo, o também garçom Paulo Roberto Santoro, 40 -o único do grupo que não foi ferido. "Várias mulheres corriam gritando", afirmou Santoro. Segundo ele, as balas que atingiram seus colegas vieram da direção dos vigias.
"Os clientes pularam o balcão e se atiraram no chão. Perdi 13 pratos quebrados por eles na confusão", disse Elviro Santos Luz, 38, dono da lanchonete.
Ao lado dela, fica a relojoaria de Maria Lúcia Bauduin, 48. "Ouvi os tiros e pensei no meu filho que havia saído para ir ao banco."
Ela tentou sair da loja, mas foi contida pelo marido. Uma bala estilhaçou sua vitrine. Maria Lúcia trabalha na galeria há 30 anos. "Esse foi o primeiro tiroteio."
Em frente ao bar estava o comerciante Gilberto Apê da Silva, 26. Ao seu lado, dois clientes. "Ouvi o primeiro tiro e me escondi atrás de uma pilastra. Os clientes fizeram o mesmo. Os tiros continuavam quando atravessei a galeria e me escondi na loja."
A polícia apreendeu as armas do vigilantes da Transbank para examiná-las a fim de saber se delas saíram algum dos tiros que acertaram os cinco feridos no tiroteio. A decisão foi tomada pelo delegado Alexandre Banietti, 27, do 3º DP.
A galeria Ipê tem cerca de 3 m de largura e 50 m de comprimento. No meio dela está o posto bancário da Nossa Caixa Nosso Banco -o roubo de ontem foi o segundo ao posto no últimos três anos.

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