São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 1995 |
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Ministério lança hoje o primeiro atlas 'ecológico' do Brasil
FERNANDO GODINHO
Essa avaliação consta do primeiro atlas ambiental preparado no país, que será lançado hoje pelo Ministério do Meio Ambiente -batizado de "Os ecossistemas brasileiros e os principais macrovetores de desenvolvimento". Segundo os dados catalogados por técnicos do ministério, de universidades e de organizações não-governamentais, os efeitos predatórios do crescimento agrícola já atingem todos os ecossistemas do país. A chamada "revolução verde" intensificou a erosão, comprometeu a qualidade e a quantidade dos recursos hídricos, aumentou a contaminação dos alimentos e induziu a devastação de formações vegetais até então defendidas pela dificuldade de acesso ou por características inóspitas. As perdas de solo por erosão atingem a proporção alarmante de 25 toneladas/ano por hectare -para níveis considerados normais entre 3 e 12 toneladas. Estima-se que são perdidas quase 200 milhões de toneladas de terra fértil por ano. No setor de pesca, os números também são desanimadores. A exploração pesqueira atingiu a marca de 967,6 mil toneladas em 1985 e desde então a produção vem decrescendo. O dado mais atualizado é de 91, que registra uma produção de 800 mil toneladas. Práticas improdutivas também comprometem o setor: na utilização da rede de arrasto para pescar 1 kg de camarão-rosa, por exemplo, são capturados 4,5 kg de outros animais que estão sendo desperdiçados. O padrão de expansão espacial da indústria brasileira mostra uma tendência à interiorização e à descentralização. Com isso, novos complexos e pólos industriais se consolidam em quase todos os ecossistemas do país, com avanços significativos sobre o Cerrado, Amazônia e áreas costeiras. A industrialização foi responsável, segundo o atlas, pela redução de recursos renováveis e não-renováveis, assim como pela contaminação e poluição do ar, da água e dos solos. Com o atlas, o Ministério do Meio Ambiente pretende balisar as políticas de planejamento do país. A edição inicial é de 1.500 exemplares, que foram distribuídos para os ministérios, governos estaduais e universidades, embaixadas, ONGs e outros organismos internacionais. Texto Anterior: Definido curso que terá prova pós-faculdade Próximo Texto: Amazonas terá expansão agrícola Índice |
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