São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 1995
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Inflação em SP é a mais baixa em 22 anos

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

Em 1995 os paulistanos tiveram os menores reajustes médios de preços dos últimos 22 anos.
A inflação deste ano ficará em 23%, conforme prevê a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Será a menor taxa desde os 13,96% de 1973.
Acostumados com taxas estratosféricas nos últimos anos, os consumidores viram com ceticismo as primeiras previsões de inflação para 1995, feitas pela Fipe em dezembro de 94, que indicavam taxa próxima a 30%.
No próximo ano, os preços devem subir menos ainda. Heron do Carmo, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe, prevê taxa inferior a 15%.
As taxas de inflação de 95 e 96 serão baixas por motivos diferentes. Em 95, os alimentos foram os responsáveis pela redução da taxa. Os paulistanos terminam o ano pagando apenas 7% a mais pelos alimentos, em média, do que em dezembro de 1994.
Já as maiores elevações de preços ficaram para o setor de serviços. Os gastos com educação, com alta de 51% no ano, lideraram as elevações de preços no período. Habitação (48%) e saúde (37%) vieram a seguir.
Expectativas
Em 1996, a situação se inverte, segundo Heron do Carmo. Os alimentos, que não têm mais o que cair, vão pressionar a taxa. Dependendo do desfecho da atual seca no Sul, a pressão pode ser maior.
A alta dos alimentos, no entanto, deve ser compensada por aumentos menores no setor de serviços -o que mais reajustou preços em 1995. Heron do Carmo cita o exemplo das escolas, que, se continuarem a reajustar com taxas elevadas, vão perder alunos.
O aluguel, item que registrou a maior alta do ano isoladamente (200%), também vai cooperar para a redução da taxa de inflação. Subiu demais após o Plano Real, e deve até cair no próximo ano.
A queda deve ocorrer porque os preços estão em patamares elevados e a oferta de imóveis para alugar é crescente, o que pode inibir novos reajustes.
A Fipe está repassando também toda a sua amostra de domicílios que informam preços de aluguel para evitar distorções na taxa de 96. Se algum domicílio não for pesquisado, pode inflacionar a taxa de 96 com o aumento de 95.

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