São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 1995 |
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Vitória comunista não é tragédia, diz Ieltsin
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS O presidente da Rússia, Boris Ieltsin, em sua primeira declaração sobre as eleições parlamentares do domingo, disse que a vitória dos comunistas não é uma tragédia e que ela não vai forçá-lo a dissolver suas reformas.Segundo seu assessor Gueorgui Satarov, Ieltsin pode até oferecer cargos no governo aos comunistas. Satarov afirmou anteontem à noite na TV russa que o presidente acha "possível e necessário" trabalhar com o novo Parlamento. Previsões indicavam ontem que o Partido Comunista deve ter 34% das cadeiras. Com os aliados de esquerda, o partido teria 40% do controle da Duma, equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil. Se o bloco de esquerda conseguir se aliar aos nacionalistas, obterá a maioria na Duma. "Não há razão para preocupação ou para considerar a eleição uma tragédia", afirmou Ieltsin, na clínica onde está se recuperando de problemas no coração. O presidente disse por telefone ao chanceler alemão, Helmut Kohl, que a Duma vai manter o espírito de reformas econômicas. O líder do Partido Comunista, Guennadi Ziuganov, disse ontem que seu partido pode aceitar cargos no governo, mas que ainda não havia recebido ofertas. "Se o Kremlin tem propostas sérias, deve oferecer ao nosso partido, mas, de momento, não nos ofereceu nada." Ziuganov disse também que "o anticomunismo na Rússia tinha finalmente sido derrotado". Ele afirmou que seu partido vai forçar mudanças rápidas e radicais, para obter bom desempenho nas eleições presidenciais. Dez regiões russas também elegeram governadores no domingo. Outras três farão segundo turno em data ainda a ser marcada. A maioria dos eleitos havia sido indicada por Ieltsin. Entre os eleitos está Boris Nemtsov, indicado em pesquisas para a Presidência russa. Tchetchênia Segundo tchetchenos que fugiam da cidade de Gudermes, a segunda maior da república separatista, as forças russas fizeram ontem o pior bombardeio desde o início da guerra civil, há um ano. Mísseis e artilharia atingiram a cidade de 60 mil moradores e a aldeia de Ilaskhan-Iurt, a 5 km. A Rússia enviou helicópteros com mais soldados à região Texto Anterior: Itália pode julgar juiz Di Pietro; Cerveja homenageia 'destruidor' de banco; Órgão relata morte de 50 jornalistas; Alemanha proíbe fotos de 'paparazzi'; Empresário francês é detido por mais 1 dia; A FRASE; Bomba na Argélia deixa 23 feridos; Droga pode retardar a ação do vírus HIV Próximo Texto: Jirinovski lidera para presidente Índice |
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