São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 1995 |
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Música e Guerra Fria marcam Guantánamo
ROBERTO COSSO; LINO BOCCHINI
A companhia aérea Cubana de Aviación faz vôos domésticos até a cidade de Guantánamo. A partir de Havana e de outros pontos da ilha saem ônibus e trens para a Província de Guantánamo, mas não são recomendados. Por terra, a melhor forma de chegar até a Província oriental é ir de carro alugado. Apesar de atrair poucos turistas, a cidade conta com uma boa infra-estrutura de hotelaria, restaurantes e apoio ao visitante. Uma opção boa e barata de hospedagem é o Hotel Guantánamo, localizado no centro da cidade. Muitas das ruas no centro da cidade não são asfaltadas. Como há poucos turistas, é fácil fazer amizade com os guantanameros, que não buscam explorá-los, como nas cidades maiores. Base norte-americana É possível ver com detalhes a base militar norte-americana da Baía de Guantánamo. Na companhia de um guia, o turista pode entrar na área militar cubana ao redor da base. Barreiras, soldados de ambos os sexos com metralhadoras e veículos militares são as paisagens comuns no local. A estradinha dentro da área de segurança ao redor da base passa por uma zona árida, com dezenas de espécies de cactos. O passeio termina no pé de um monte, onde fica um posto de observação aberto ao público. Os militares cubanos da região da base são atenciosos e amigáveis, respondendo às várias perguntas dos turistas. Antes de subir no mirante, um soldado explica em uma maquete toda a história e o funcionamento da base e dos acampamentos cubanos ao redor. O mirante fica a menos de 300 metros do campo minado que acompanha a cerca que divide os lados americano e cubano. Segundo um dos soldados, diariamente explodem minas, acionadas por animais, galhos, pedras e, eventualmente, por humanos. Refugiados Com a ajuda de binóculos militares, dá para ver ainda dois campos de pouso, alojamentos, estradas, guaritas e os campos de prisioneiros, que abrigam milhares de refugiados cubanos e haitianos. Todos eles foram detidos no Estreito da Flórida, tentando entrar nos Estados Unidos. Não existem perspectivas de quando eles serão libertados, nem em qual país isso acontecerá. História A base militar norte-americana foi instalada na baía de Guantánamo em 1901, logo depois que a ilha ficou independente da Espanha. Segundo o governo norte-americano, a intenção era garantir a estabilidade política e social. Correspondência confidencial de 1897 assinada por J. C. Breckinridje, subsecretário da Guerra dos EUA, afirma que o objetivo era "dizimar a população cubana e anexar a 'Pérola das Antilhas'. De uma forma ou de outra, a base continua lá, e os guantanameros não acreditam que ela será desativada tão cedo. Sua população é composta por aproximadamente 5.000 americanos (entre militares e civis) e os cubanos e haitianos presos. (Roberto Cosso e Lino Bocchini) Onde se hospedar: Hotel Guantánamo, r. Norte, 13 esquina com Ahogados, tel. 3-6015, cidade de Guantánamo. Hotel Caimanera, Loma Norte, Distrito de Caimanera (próximo da base), tel. 9-9414, 9-415, 9-9416. Como ir até a base: Procure por Pedro Hope (Peter), funcionário da empresa de turismo Islazul. R. San Lina, 768 ou no Hotel Guantánamo, tel. 32-6015 e 32-4444. Preço: aproximadamente US$ 5 por pessoa. Texto Anterior: Pedras coloridas brilham no sol das praias Próximo Texto: Off-road visita o berço da guerrilha Índice |
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