São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 1995
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Sa Pa é a meca dos neo-hippies na Ásia

ANN CRITTENDEN
DO "TRAVEL/THE NEW YORK TIMES"

A vila, uma velha estação francesa construída em 1922 nas remotas montanhas no noroeste do Vietnã, quase não havia recebido visitantes ocidentais até a Segunda Guerra Mundial.
O guia Lonely Planet, a bíblia dos viajantes alternativos, trazia apenas quatro parágrafos sobre essa vila. Mas, desde o ano passado, teve início o burburinho em Sa Pa.
"Eu calculo que 50 pessoas de Aspen (Colorado) estão viajando pelo Vietnã agora", disse um marchand que conhecemos no nosso hotel em Sa Pa.
Um carpinteiro inglês disse que já estava por lá havia dez semanas. "Eu estou visitando a Ásia há dez meses", diz um jovem israelense, "e esse é um dos melhores lugares", conclui.
Desde belgas de meia-idade até jovens canadenses, o consenso é o mesmo: a vila é um cenário em nascimento, como o Nepal, há 20 ou 30 anos. Pitoresca, preservada e inacreditavelmente barata.
Um veterano da Guerra do Vietnã nos disse no avião que o melhor lugar de Hanói (capital do país) para obter informações sobre passeios no interior é o Green Bamboo, um ponto de encontro de muitos jovens europeus (e, crescentemente, americanos).
A maioria é de aventureiros e cabeludos universitários. Eles se vestem exatamente como os hippies de 20 anos atrás. A diferença é que agora eles são conhecidos como "backcapers" e podem estar entrando na escola de Harvard no próximo semestre.
O Green Bamboo se transformou em um pequeno café numa rua próxima ao lado velho de Hanói. As paredes são cobertas com folhetos turísticos, incluindo um sobre Sa Pa.
No outro lado da sala fica um quadro de avisos cheio de dicas e mensagens.
Alguém deixou lá um desenho com o mapa que descreve o centro de Sa Pa, com flechas mostrando os melhores restaurantes e como encontrar comida vegetariana boa e barata.
Para chegar a Sa Pa, um jovem casal belga sugeriu um roteiro alternativo: pegar um trem noturno, que partia na noite da sexta-feira e retornava na noite de domingo.
Viajando dessa maneira, nós poderíamos ver o colorido mercado de fim-de-semana e economizar um tempo precioso no Vietnã ao não perder dois dias no interior de um ônibus enfrentado o trajeto entre a vila e a capital.
Por que não?
Bem, primeiro porque nós tínhamos de comprar o bilhete. Passamos cerca de 40 minutos entrando e saindo da estação de trem até encontrarmos o edifício separado que vendia esse tipo particular de bilhete.

LEIA MAIS
Sobre o Vietnã às págs. 6-26 a 6-28

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