São Paulo, sexta-feira, 22 de dezembro de 1995
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Petrobrás corta os salários dos líderes sindicais, que devem reagir

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Petrobrás cortou a liberação de 44 petroleiros que exerciam atividades sindicais. Eles recebiam salários da empresa, mas trabalhavam nos sindicatos da categoria.
O corte foi comunicado às entidades sindicais no início do mês. A Petrobrás enviou um ofício avisando que os dirigentes deveriam se apresentar no local de trabalho no dia 11 de dezembro. A partir desse dia, a empresa cortaria salários e benefícios em caso de falta.
A liberação de trabalhadores para atividades sindicais fazia parte do acordo coletivo. A cláusula vinha sendo renovada há mais de dez anos. Neste ano, o CCE (Comitê de Controle das Estatais) recomendou às estatais não assinar cláusulas que obriguem a cessão de dirigentes sindicais com ônus para a empresa.
O coordenador da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Antônio Carlos Spis, disse que os trabalhadores vão se mobilizar para reverter essa medida. Segundo ele, alguns sindicatos resolveram bancar financeiramente as lideranças.
"Não há como mobilizar a categoria agora, por causa do recesso parlamentar e festas de fim de ano. No final de janeiro vamos nos reunir e ver o que é possível fazer".
As bases estão pagando também os salários dos 85 petroleiros demitidos nas greves de 94 e 95: "A categoria decidiu que os 85 não poderiam ser responsabilizados pela greve que foi de 45 mil".
Os petroleiros têm data-base em setembro e ainda não assinaram o acordo coletivo de 95. Desde setembro, a empresa está pagando 29,8% de reajuste salarial, aumento acima do resíduo do IPC-r (Índice de Preços ao Consumidor em real), que é de 20,94%.
Esse é o mínimo garantido na MP (medida provisória) que acabou com a correção automática dos salários pela inflação passada.
Além do IPC-r, a empresa está pagando 4,16% de ajuste de internível salarial e 3,04% a título de produtividade.

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