São Paulo, sexta-feira, 22 de dezembro de 1995
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Comunistas exigem Presidência da Duma

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Partido Comunista da Rússia, grande vencedor das eleições parlamentares do domingo, reivindicou ontem a Presidência da Duma, equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil. O partido avançava ontem na contagem de votos.
O vice-presidente do PC russo, Valentin Kupzov, declarou que um partido com um número tão grande de deputados merece ter o presidente da casa.
A previsão é de que o partido consiga no total 153 cadeiras, equivalente à soma dos três outros maiores partidos na Duma.
O PC deve ter ainda o apoio dos esquerdistas Partido Agrário e Poder para o Povo. Com esse apoio, deve conseguir 40% do controle parlamentar.
O atual presidente da Duma é Ivan Ribkin, reformista, que concorreu com um partido próprio para as eleições. Seu partido não conseguiu se classificar na votação pela lista partidária, mas Ribkin foi eleito pelo seu distrito.
Segundo os últimos resultados divulgados, com 192 dos 225 distritos totalizados, os comunistas haviam ampliado sua vantagem para 21,99%. Na parcial da manhã, tinha 21,5% dos votos.
Os ultranacionalistas liderados por Vladimir Jirinovski tinham 11,14% dos votos.
O partido do governo, Nosso Lar é a Rússia, tinha 9,65%. Os reformistas do Iabloko seguiam com 7,11% dos votos.
O número final não havia sido divulgado porque ainda estava havendo uma recontagem dos votos.
Ontem, o gabinete do primeiro-ministro, Viktor Tchernomirdin, encontrou-se pela primeira vez desde as eleições.
Na reunião, foi descartada uma grande mudança no gabinete, mas é possível que os comunistas consigam algum ministério.
Tchetchênia
Rebeldes separatistas abandonaram ontem a segunda cidade da Tchetchênia, Gudermes, depois de uma semana de ocupação.
Aslan Maskhadov, comandante militar dos tchetchenos, disse ter ordenado que todos os seus combatentes saíssem de Gudermes.
Mais de cem civis morreram em combates entre tropas russas e rebeldes separatistas, segundo o prefeito da cidade, Ramzan Vatsaiev.
"As tropas russas estão usando armas de longo alcance. Há corpos em todo o centro da cidade. Eles não podem ser enterrados por causa do bombardeio constante", disse o prefeito. Moram na cidade cerca de 60 mil pessoas.
Os rebeldes tomaram a cidade para boicotar as eleições na região organizadas pelo governo da Rússia. O candidato indicado pelos russos venceu as eleições com mais de 80% dos votos.
Um destacamento de 300 guerrilheiros separatistas entrou ontem em Atchkhoi-Martan para tomar a cidade, segundo a agência de notícias russa "Itar-Tass".
O prefeito de Atchkhoi-Martan, Chamil Buraiev, disse que os separatistas entraram na cidade aproveitando a saída dos soldados russos e que exigiram a sua renúncia e o desarme da polícia local.

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