São Paulo, domingo, 24 de dezembro de 1995
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Medidas de contenção não afetam crediário

MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar dos vários pacotes editados pelo governo para apertar o crédito neste ano, a venda a prazo deve fechar 95 com um crescimento de quase 15% sobre o movimento registrado em 94.
A estimativa é de Marcel Solimeo, economista da Associação Comercial de são Paulo (ACSP).
Nas suas projeções, o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), termômetro das vendas no crediário, que não reflete necessariamente o quanto entra de dinheiro no caixa das lojas, deve totalizar 9,5 milhões consultas em 95. No ano passado, o serviço registrou 8,2 milhões de telefonemas.
Segundo Solimeo, esse aumento ocorreu, em parte, porque a base de comparação é baixa. Isto é, a venda a prazo era muito fraca no primeiro semestre de 94. O crediário só deslanchou a partir do Plano Real, em julho de 94, quando os preços se estabilizaram.
O outro fator que contribuiu para esse resultado foi o fato de as lojas continuarem dando prazos mais longos de financiamento, apesar das restrições ao crédito.
"A concorrência maior entre as grandes lojas impediu que o efeito das restrições ao crédito fosse significativo", diz Solimeo.
Para este ano, a previsão é de 10,4 milhões de telefonemas. Isso representa um crescimento de 19%.
No caso do Telecheque, lembra o economista, também a base de comparação é baixa. No segundo semestre de 94, a venda à vista caiu e, neste ano, ganhou força com as restrições ao crediário e o aumento nos índices de inadimplência (atraso no pagamento).
Para Solimeo, uma parte desse aumento se deve à mudança no procedimento dos lojistas. É que temendo o calote, eles passaram a consultar a ACSP para saber se o cliente é bom pagador.
(MCh)

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